Saúde: Perder peso pode melhorar a qualidade do sono

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Cerca de 70% dos doentes diagnosticados com a Síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono (SAOS) têm excesso de peso ou obesidade, e a perda de peso pode ajudar substancialmente no tratamento desta condição.

A obesidade é uma doença crónica caracterizada pela acumulação excessiva de gordura no organismo, e é o resultado da combinação de dois fatores: o sedentarismo e uma alimentação desequilibrada ou de má qualidade.

A obesidade tem consequências muito graves para a saúde e aumenta o risco de desenvolvimento de doenças como a síndrome da apneia obstrutiva do sono (SAOS).

A causa mais comum da obesidade é, sem dúvida, o estilo de vida. O sedentarismo e uma alimentação pouco cuidada são dos fatores que mais frequentemente influenciam o aumento de peso.

No entanto, alterações hormonais como doenças da tiroide – e mais especificamente, o hipotiroidismo – o excesso de cortisol (síndrome de cushing) ou os distúrbios do ovário podem também condicionar o desenvolvimento de obesidade.

A obesidade pode dar origem a diabetes tipo 2, hipertensão, colesterol elevado, enfarte do miocárdio, AVC, insuficiência cardíaca, problemas articulares, infertilidade, síndrome do ovário poliquístico, depressão, refluxo gastroesofágico, e à síndrome da apneia obstrutiva do sono.

A obesidade é o principal fator de risco no desenvolvimento e progressão da Síndrome de Apneia Obstrutiva do Sono (SAOS). 7 em cada 10 doentes diagnosticados com SAOS têm excesso de peso ou obesidade. A prevalência de SAOS em pessoas com obesidade é aproximadamente o dobro da prevalência em pessoas com peso normal.

Cerca de 25% dos adultos com IMC entre 25 e 28 (excesso de peso ligeiro) sofrem de apneia leve o que indica que mesmo níveis mais baixos de excesso de peso estão relacionados com esta patologia.

A Síndrome de Apneia Obstrutiva do Sono (SAOS) é um distúrbio respiratório do sono caracterizado pelo breve, mas frequente bloqueio das vias respiratórias, que provoca interrupções da respiração totais (apneias) ou parciais (hipopneias) durante o sono.

Este é um problema grave, pois resulta em períodos de diminuição da oxigenação do sangue e despertares frequentes durante o sono. Resulta também numa excessiva sonolência diurna, capaz de perturbar a capacidade de raciocínio e avaliação, o que aumenta o risco de acidentes de viação ou de trabalho.

Para além disso, esta síndrome está associada ao aparecimento ou desenvolvimento de problemas cardiovasculares como hipertensão arterial, diabetes mellitus, acidente vascular cerebral (AVC), arritmias e insuficiência cardíaca.

A abordagem inicial para o tratamento da obesidade foca-se na intervenção alimentar e nutricional e na mudança de estilo de vida.

A boa notícia é que a perda de peso pode ser uma terapia eficaz no tratamento da SAOS. Estudos mostram que uma perda de 10% de peso em doentes com SAOS pode resultar numa melhoria de 20% no índice de apneia.

Estudos científicos mais recentes demonstram ainda que 86,3% dos pacientes submetidos a cirurgia bariátrica, apresentam melhorias significativas, ou cura da apneia do sono, após a perda efetiva de peso.

Um dos maiores obstáculos no tratamento da obesidade, é a questão da manutenção da perda de peso ao longo do tempo. As alterações hormonais e o aumento do apetite após a perda de peso são obstáculos a considerar no tratamento da obesidade.

É importante manter um estilo de vida ativo, com prática de atividade física diária, garantindo uma alimentação variada e saudável, evitando ao máximo alimentos ultraprocessados, como forma de evitar desenvolver esta doença. Procurar avaliação e acompanhamento profissional quando ocorre um ganho de peso que não é ultrapassado pelas mudanças de estilo de vida é também essencial.

Dr. João Sérgio Neves

Endocrinologista

Hospital Lusíadas Porto



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