Teatro: “Lázaro” do francês Jean-Pierre Sarrazac nas Caldas da Rainha

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O Teatro da Rainha vai regressar ao Parque D. Carlos I, nas Caldas da Rainha, a 06 de julho, para a estreia de “Lázaro, também Ele Sonhava com o Eldorado”, de Jean-Pierre Sarrazac.

Encenada pela primeira vez por Fernando Mora Ramos, em 1984, a peça de estreia do dramaturgo e ensaísta francês Jean-Pierre Sarrazac, publicada em 1976, volta a subir ao palco nas Caldas da Rainha, assinalando o regresso da companhia residente ao Parque D. Carlos I, após “a interrupção forçada pela pandemia”, anunciou o Teatro da Rainha.

Um local, algures entre os centenários pavilhões e o parque de estacionamento da Parada, foi o cenário escolhido pela companhia para “ressuscitar Lázaro”, protagonista da peça a que o próprio autor se referia como um relato “do itinerário de um pobre emigrante, vítima de três malfeitores [passadores], que lhe prometiam a América e que, no fim, acabava explorado por eles como bicho de feira – um Tritão – em todas as praças da Europa”.

Se em 1976 a publicação da peça fazia sentido, porque “ressoavam nas desventuras deste Lázaro os milhares [de imigrantes] que habitavam o ‘bidonville’”, hoje a sua apresentação reveste-se “sentido redobrado pela força das circunstâncias atuais”, numa altura em que “ressoam os que tentam chegar à Europa por um Mediterrâneo cercado de muralhas”, defende a companhia na nota enviada ás redações.

“Campeão da resistência passiva” e da “sobrevivência nas condições mais extremas”, Lázaro sobe à cena entre os dias 06 e 10 de julho, interpretado por Fábio Costa no espetáculo que conta ainda com as participações de quase duas dezenas de atores.

Com tradução de Regina Guimarães e encenação de Fernando Mora Ramos, a peça terá cerca de duas horas de duração, em horário ainda a definir, e entradas gratuitas.

O dramaturgo francês Jean-Pierre Sarrazac, de 75 anos, tem editado em Portugal o ensaio “O Futuro do Drama” (2002), entre outras obras, como “A Paixão do Jardineiro”, “Neo, Três Painéis de Apocalipse”, “Vou ao Teatro ver o Mundo”, “O Fim das Possibilidades” e “O Outro Diálogo”, é professor ’emeritus’ da Universidade de Paris – Sorbonne III, e professor convidado da Universidade de Louvaina, na Bélgica.

Autor de mais de 20 peças de teatro, encenou trabalhos próprios e de dramaturgos como Valère Novarina, August Strindberg e Johannes von Saaz, entre outros.

Em Portugal foram já apresentados vários textos do dramaturgo, em diferentes palcos, do Teatro da Rainha aos Artistas Unidos, da Companhia de Teatro de Braga ao Teatro Experimental do Porto, do Teatro Nacional São João e ao Teatro Nacional D. Maria II, como “A Paixão do Jardineiro”, “Cantiga para J.A.”, “Envelhecer Diverte-me”, “O Menino Rei” e “Lázaro, também Ele Sonhava com o Eldorado”, a sua primeira peça, de 1976.

Pela obra ensaística desenvolvida ao longo dos últimos trinta anos, dedicada em particular à reflexão das dramaturgias modernas e contemporâneas, Sarrazac recebeu o Prémio Thalia 2008, atribuído pela Associação Internacional de Críticos de Teatro.

 

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