Temporada’22: Jardim Jazz homenageou Oulman e Amália pela pena de Lídia Jorge na Casa de Portugal

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Na quarta-feira desta semana a instalação-concerto “Oulman e Amália” subiu ao palco da Casa de Portugal André de Gouveia, na Cidade internacional universitária de Paris. Este é um projeto do grupo Jardim Jazz, dirigido pelo pianista José Inácio, com a soprano Mariana Fabião, com direção artística de Pierre Léglise Costa a partir de um texto inédito de Lídia Jorge e com fotografias originais de Eduardo Brito.

O Jardim Jazz nasceu em 2017 precisamente na Casa de Portugal André de Gouveia, apoiado pela Diretora, Ana Paixão. Quando surgiu a ideia de criar um espetáculo de homenagem a Zeca Afonso, Ana Paixão sugeriu a soprano Mariana Fabião, na altura residente na “Casa” e o membro do Conselho de Administração da Casa de Portugal, Pierre Léglise Costa, para a Direção artística.

O passo seguinte era o da participação na Temporada França-Portugal. “Surgiu a ideia de apresentar um trabalho sobre estes dois artistas” diz Ana Paixão ao LusoJornal. “Juntar uma grande personalidade portuguesa, como Amália Rodrigues, com uma grande personalidade francesa, como Alain Oulman”.

Alain Oulman era artista, editor, músico e um pianista excecional. Escreveu alguns dos temas mais conhecidos de Amália Rodrigues. “Quando o Pierre Léglise Costa me perguntou quem podia escrever um texto, eu respondi que admirava Lídia Jorge. O Pierre telefonou-lhe, ela aceitou logo e dois meses depois tínhamos este magnífico texto” conta José Inácio ao LusoJornal.

José Inácio mora em Orléans, é professor de matemática, mas também é um apaixonado por jazz e toca piano. Criou o Jardim Jazz com músicos do Conservatório de Orléans: Sylvain Bassaisteguy na bateria, Samuel Jesset no saxofone e Jean-Paul Boni no contrabaixo. O texto de Lídia Jorge, traduzido para francês por Pierre Léglise Costa, é lido pelo ator Christian Massas, enquanto são projetadas as imagens de Eduardo Brito.

“Eu confesso que não sabia que uma grande parte dos fados mais conhecidos da Amália Rodrigues, os fados que nós cantarolamos, foram escritos pelo Alain Oulman. Para mim foi também uma forma de começar a conhecer o trabalho dos dois. Acho que é o projeto ideal para o cruzamento das duas culturas e para esta Temporada França Portugal” diz Mariana Fabião.

Mariana Fabião é soprano e já mora em França há 6 anos. “Quando penso que vim no quadro do programa Erasmus por apenas 3 meses…” diz a sorrir. Por aqui vai participando em vários projetos, misturando música clássica com música popular e sente-se uma “embaixadora” da língua portuguesa.

Conheceu José Inácio quando integrou o projeto de homenagem a Zeca Afonso. “Eu adoro Zeca, foi uma boa oportunidade de conhecer o grupo, achei muito interessante este trabalho onde músicos de origem francesa montam um projeto à volta da língua portuguesa e de nomes da música do nosso país. Aceitei o convite e acabou por correr muito bem. A verdade é que estou outra vez a colaborar com Jardim Jazz e desta vez à volta da Amália e do Oulman” disse ao LusoJornal.

“Na prática, a Mariana já faz parte do grupo” ri José Inácio. “Não há Jardim Jazz sem a Mariana. Para este espetáculo eu queria precisamente uma cantora que não fosse cantora de fado. Gosto muito de trabalhar com a Mariana porque ela é soprano e eu gosto disso, da mistura de géneros musicais”.

“Oulman e Amália” já foi apresentado no Liceu Camões, em Lisboa, e “está agora a ser divulgado em França de forma a poder realmente ser conhecido pelo máximo de pessoas” conta Ana Paixão.

José Inácio nasceu na Covilhã e veio para França com apenas um ano e meio. Agora, tem já na cabeça num outro projeto: prestar uma homenagem ao cineasta Manoel de Oliveira. “Será o nosso próximo espetáculo, se tudo correr bem” desvenda ao LusoJornal.

Até lá, ainda vão voltar a levar Oulman a Portugal e ainda vão voltar a apresentar o tributo a Zeca Afonso na Casa de Portugal, ainda no âmbito da Temporada França-Portugal, mais lá para o fim do ano.

 

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