O grupo de ciclistas que vai percorrer 11 etapas que vão ligar Villejust, nos arredores de Paris, à capital portuguesa, por estradas secundárias e sem dia de descanso, Paris, França, 18 de julho de 2018. A viagem, que começa em Villejuste, vai ter 11 etapas que passam por Montoire-sur-le-Loir, Vivonne, Carbon-Blanc, Saubusse, Tolosa, Briviesca, Valladolid, Sancti-Spíritus, Castelo Branco, Leiria, Fátima e Lisboa. LAURA AMBERT/LUSA

Tudo a postos para pedalar 2.000 quilómetros de Paris até Lisboa

O organizador de uma viagem de bicicleta de Paris até Lisboa, que começa esta quinta-feira e deverá durar 10 dias, disse ontem que “está tudo a postos” para o percurso de 2.000 quilómetros.

Artur de Faria, ciclista português de 58 anos, contou à Lusa que, no total, o grupo vai percorrer 11 etapas que vão ligar Villejuste, nos arredores de Paris, à capital portuguesa, por estradas secundárias e sem dia de descanso. “Está tudo a postos, estão todos preparados. Fizemos uma preparação desde o princípio do ano com bastantes quilómetros efetuados. Há algumas diferenças de nível de uns para os outros, mas iremos adaptar-nos ao nível do mais fraco”, afirmou Artur de Faria, sublinhando que “está tudo com a intenção de ir até ao final”.

Há 15 dias, o grupo foi “reconhecer a primeira etapa” de 180 quilómetros, que liga Villejuste a Montoire-sur-le-Loire, para fazer as “afinações finais” e agora “já só falta pedalar”, ter “bom tempo” e conseguir chegar ao destino sem percalços.

A viagem, que começa em Villejuste, vai ter 11 etapas que passam por Montoire-sur-le-Loire, Vivonne, Carbon-Blanc, Saubusse, Tolosa, Briviesca, Valladolid, Sancti-Spíritus, Castelo Branco, Leiria, Fátima e Lisboa.

A sexta etapa, a 24 de julho, que vai ligar Tolosa a Briviesca, em Espanha, deverá ser a mais difícil porque tem “à volta de 200 quilómetros”, um “desnível de perto de 2.000 metros” e o percurso é “só por pequenas estradas” e com “bastante serra”.

A nona etapa, a 27 de julho, de 155 quilómetros, entre Sancti-Spíritus e Castelo Branco, também poderá ser complicada devido a “um desnível também importante”, assim como a décima etapa, a 28 de julho, de Castelo Branco para Leiria, que “também é feita só de altos e baixos” ao longo de 144 quilómetros.

“O resto deverá passar-se corretamente”, acrescentou o responsável técnico em máquinas de impressão, que chegou a França com sete anos, anda em provas de ciclismo desde os 13 anos e tem 19 títulos de Campeão de França nas provas da “Fédération Sportive et Gymnique du Travail” (FSGT) em estrada, Cyclo-Cross e VTT.

A corrida vai contar com nove atletas que pretendem cumprir todas as etapas e mais dois que vão realizar apenas as partes francesa e portuguesa. Todos “fizeram muitas horas de selim” desde o início do ano e estão preparados.

A viagem é uma homenagem aos emigrantes portugueses, nomeadamente ao avô de Artur de Faria que emigrou antes da segunda guerra mundial e que chegou a fugir “aos alemães no princípio da guerra e passou uma noite, em Bordeaux, debaixo de uma ponte com os alemães em cima e ele com medo e a tentar voltar para Portugal”.

“É um reconhecimento pelos esforços que foram feitos pelos nossos pais, pelos nossos avós, fizeram esforços por necessidade de emigrarem para França. Fizeram-no com grande dificuldade, um pouco forçados pela vida. É só uma maneira de ter um reconhecimento e uma recordação pelos esforços feitos”, acrescentou o promotor da iniciativa.

O grupo vai ser precedido por três veículos de assistência que deverão tirar fotografias e filmar para colocar na conta ‘parislisbonne_vcv’, na rede social ‘online’ Instagram.