Home Cultura Momento de Poesia com José GrenhoLusojornal·25 Maio, 2020Cultura Um dia, meus filhos, netos e bisnetos, Contar-vos-ei o passado. Aquele tempo que chamaram por nós, e dissemos sim. ………. Quando velhos homens, pelas praias, disseram profecias Que havia caminhos noturnos à nossa espera. Diziam então Que seríamos o fogo novo. O sinal da contradição ………. E o resgate da quimera. Éramos todos irmãos. Foi o tempo que sonhei convosco, Depois anoiteciam os montes. Ao amanhecer acordavam fulgores verdes em nós, E sabíamos que vivíamos. Então continuamos. Também pegávamos crianças nos braços e sorríamos. Sentíamo-nos puros e simples. E eu pensava em vós. ………. Oh sim. Hei de contar-vos Foi o tempo dos quantos e dos porquês, uns desenhavam Tatuagens no peito e rezavam. Então, encostados à solidão, Os outros chorávamos. Sobretudo doía-nos o coração. O tempo era o infinito, e prosseguíamos “iremos, iremos” E íamos. Sempre fomos, e chegámos. ………. Um dia contar-vos-ei. Quando vocês forem a criança que eu ………. Não fui. Quando vocês forem a herança de mim. ………. Quando o rosto da vossa esperança For o passado do meu sim. José Grenho [pro_ad_display_adzone id=”37509″]