Anda soldado
Anda Soldado,
Despede-te de quem amas
Toma a tua arma, e segue.
Depois, ouvirás o metralhar do inimigo.
E tu não terás medo, porque os soldados, renascem com a morte.
Andarás trilhos e picadas, na mata e no capim, dia e noite
A semana e ao domingo.
Como quem é senhor de todos os instantes.
Passarás fome e sede. Calor e frio. Conforto e dor.
E no auge do desespero, maldirás a hora em que nasceste, a mãe que te criou,
E o berço em que foste embalado docemente.
Hás de chorar amargamente, a perda dos que morrem a cada instante.
Porque, os soldados, também choram lágrimas de revolta.
Quando não há sorrisos de criança, a passar por cima do ódio dos assassinos.
José Grenho