Dez obras integram coleção das Comunidades Portuguesas a ser lançada este ano

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A Secretária de Estado das Comunidades Portuguesas anunciou ontem que a coleção sobre a história e a realidade cultural da diáspora portuguesa vai integrar 10 obras a lançar este ano.

“A coleção já está pronta, já estão decididas as obras que vão ser publicadas este ano e também já está feita alguma programação para o ano de 2022”, afirmou em declarações à Lusa Berta Nunes, após a apresentação das obras no Ministério dos Negócios Estrangeiros.

“São cerca de 10 obras, uma coleção bastante variada, desde poesia, memórias, e até alguns documentos mais políticos”, adiantou a Secretária de Estado.

A coleção das Comunidades Portuguesas, acerca da história, vivências e realidade cultural da diáspora, integra as secções “Estudos e documentos sobre a Diáspora”, “Textos de criadores da Diáspora” e “Biblioteca de Textos Fundamentais sobre Política Externa”.

As edições da coleção “serão em papel e também ‘online’, com possibilidade de acesso gratuito”, frisou ainda a Secretária de Estado.

Os países mais representados são França, Canadá e Estados Unidos da América, mas também alguns textos do Brasil, referiu.

O projeto nasceu no âmbito de um Protocolo de cooperação celebrado entre o Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) e a Imprensa Nacional-Casa da Moeda (INCM).

Assim, o investimento, cujo valor não foi revelado, cabe à INCM, que conta com o apoio do MNE na elaboração do projeto “inclusive na parte documental”, explicou Berta Nunes.

A apresentação contou também com a presença do Diretor editorial e de cultura da INCM, Duarte Azinheira, e do Presidente do Conselho editorial, Luís Castro Mendes.

Todos os títulos foram selecionados por um Conselho editorial que, além do seu Presidente, é composto por Ivo Castro, Margarida Calafate Ribeiro e Onésimo Teotónio de Almeida.

Duarte Azinheira sublinhou que a missão da INCM “é a promoção da língua e cultura portuguesa”.

“Portanto, o nosso objetivo é que, cada vez mais, pessoas que se interessem pela língua e cultura portuguesa possam ter acesso a expressões variadas e autores vários de língua portuguesa, neste caso, os autores das Comunidades portuguesas”, explicou. “Esta parte da diáspora é muito importante, porque a literatura, por vezes, é menos conhecida, sobretudo menos conhecida cá. E há autores que vão ser editados e trabalhos de ensaio que vão ser editados nesta coleção totalmente desconhecidos, alguns são inéditos, outros não, são reedição de trabalhos já antigos, mas praticamente desconhecidos”, acrescentou.

Segundo o responsável “não há ainda originais fechados” a colocar nas livrarias, por isso ainda não se consegue calcular o custo do projeto para a INCM, nem qual o preço de cada obra.

“Este projeto editorial insere-se numa cartografia cultural e histórica do percurso das nossas Comunidades no estrangeiro, que deve ser estimada e continuada”, notou Berta Nunes. “Não se trata aqui apenas da dimensão estratégica que a diáspora representa, que julgo que é desde sempre inegável, mas de uma dimensão identitária, simultaneamente pessoal e comunitária, e também afetiva”, frisou.

Para a governante, “trata-se de documentar a forma como, ao longo do tempo, os homens e as mulheres portugueses, que construíram as suas vidas no estrangeiro, se expressaram, e a forma como dão testemunho dessa experiência”.

“O desenvolvimento de um programa cultural para valorização dos criadores da nossa diáspora e da história e memória desta” é uma das “prioridades” deste projeto, assinalou Berta Nunes. “Os resultados da colaboração que temos desenvolvido com a INCM decerto dialogarão com a futura rede de espaços museológicos da emigração, em cuja criação estamos a trabalhar”, concluiu.

 

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LusoJornal