CDS-PP / Isabel Santiago

Assunção Cristas passou o Dia de Portugal em Paris e quer desenvolver o CDS-PP nas Comunidades

Assunção Cristas, a Presidente do CDS-PP veio passar o Dia de Portugal a Paris e disse ao LusoJornal que o Partido quer crescer junto das Comunidades. «Há muita coisa ainda para fazer. O CDS não tem ainda a dimensão de outros Partidos. Temos alguma presença e temos inclusivamente aqui connosco o nosso candidato recorrente para este círculo da Europa» disse a Presidente do Partido em Paris referindo-se a Isaías Afonso. «Mas precisamos com certeza de trabalhar muito mais. Eu creio que estamos numa boa fase de crescimento interno, dentro do país, e penso que também pode ser um crescimento sustentado junto das Comunidades portuguesas um pouco em todo o mundo».

Nuno Melo acrescentou ao LusoJornal que o Partido tem uma delegação em Bruxelas.

Nestas comemorações do Dia de Portugal, a Presidente do CDS-PP decidiu juntar-se à Comunidade portuguesa residente na capital francesa, na impossibilidade de chegar aos Açores, depois de regressar de Timor-Leste, onde participou numa conferência sobre igualdade de género. «Aqui na região de Paris temos a segunda maior concentração de Portugueses depois de Lisboa, portanto, para mim foi uma escolha muito natural, regressada de Dili, e não tendo possibilidade de chegar às nossas comemorações nos Açores, poder estar aqui algum tempo com a Comunidade portuguesa, que me acolheu de braços abertos, com quem tive umas boas conversas e comi umas boas sardinhas», descreveu.

Assunção Cristas participou neste domingo, de manhã, na missa do Santuário de Nossa Senhora de Fátima de Paris, onde também esteve, aliás, o Deputado socialista Paulo Pisco. «Encontrei pessoas que estão aqui há tempos muito variados, desde gente que está há 50 anos, há 40 anos, até quem chegou no ano passado e só há uns meses, todos com uma nota em comum, uma grande saudade de Portugal, sempre a falar do nosso país, com muita vontade de regressar. Vi uma Comunidade certamente bem integrada, mas a sentir-se muito portuguesa, o que é bom», acrescentou.

«Ao contrário do que eu muitas vezes ouço em Portugal, ontem mesmo, aqui em contacto com emigrantes, ouvi vários exemplos de pessoas que tinham chegado há um ano, ou há 6 meses, portanto num período em que a austeridade devia ter acabado. Eu acho que agora se começa a saber a verdade sobre essa matéria e sobre esse discurso do Governo e na prática o que nós sentimos é que ainda não há condições para muitos dos nossos ficarem e desenvolverem a sua vida em Portugal. Ainda há muitos emigrantes portugueses a chegarem a várias paragens nomeadamente aqui a França e a Paris» disse ao LusoJornal.

Interrogada sobre a possibilidade de voto eletrónico para os Portugueses que residem no estrangeiro, Assunção Cristas lembrou que «neste momento está a ser trabalhado no Parlamento, na Comissão respetiva, um programa piloto precisamente para termos voto eletrónico. A verdade é que as questões da fiabilidade colocam-se sempre e sobretudo quando olhamos para o mundo, vemos países que já foram pelo voto eletrónico e já recuaram e vemos por exemplo o Brasil que tem voto eletrónico mas ao mesmo tempo tem de ser presencial e tem de se pôr um voto também em papel na urna» diz a Presidente do CDS-PP que estava acompanhada pelo Eurodeputado Nuno Melo e vários elementos da máquina do Partido. «A grande preocupação da Comunidade portuguesa é a de haver uma proximidade, uma maior facilidade para o exercício direto de voto e isso faz-se com mais mesas de voto, onde as pessoas possam de facto depositar o seu voto, seja de forma eletrónica, seja de outra forma. É uma matéria muito importante. Nós não podemos ficar sem a opinião de tantos Portugueses que estão fora do nosso território».

Assunção Cristas lembrou que «a abstenção em Portugal também é muito elevada, mesmo entre os que vivem no território nacional, mas fora é ainda mais e eu penso que num caso e no outro, e evidentemente com as especificidades próprias de quem vive fora do nosso território, nós temos que encontrar soluções que garantam essa proximidade maior».

A Presidente do Partido diz que o voto eletrónico só por si «acho que é curto, precisamos de garantir que para além do voto eletrónico – fazendo a experiência piloto e admitindo que corra bem, esperemos que sim – podermos também encontrar maneiras de multiplicar as formas do exercício de voto» e explicou que se referia ao voto por procuração, numa modalidade que existe em França, mas que não existe em Portugal. «É uma questão que eu levo para estudar e para explorar».

A Presidente do CDS-PP foi este domingo a Champigny-sur-Marne, junto ao monumento ao antigo Maire Louis-Talamoni, para a Festa da Sardinha e da Criança. Também aqui se cruzou com o Deputado socialista Paulo Pisco.

Esta manhã, almoçou com empresários portugueses no restaurante Saudade, em Paris. «Portugal é um bom país para investir. Mas há uma grande interrogação sobre o que acontece passados 10 anos deste período de fiscalidade mais favorável» interroga Assunção Cristas. «É condição importantíssima para que as pessoas sintam que faz todo o sentido investir em Portugal, haver continuidade de políticas e sobretudo haver previsibilidade. Do lado do CDS, como sabem nós somos uma oposição sempre firme e sempre construtiva e procuraremos também neste domínio, colocar a questão de maneira a que as pessoas saibam o que é que acontece passados estes primeiros 10 anos, de maneira a poderem programar a sua vida e terem garantias de previsibilidade e de alguma estabilidade. Sem essa estabilidade e sem confiança, pois os investimentos podem chegar numa primeira fase, mas depois, como diziam ali na mesa, podem as pessoas dececionar-se e acabarem por desinvestir numa segunda ou numa terceira fase. Não é isso que se pretende, o país precisa muito de gente que queira investir, investir numa economia que tem de ser diversificada, numa perspetiva de sustentabilidade, não é só no imobiliário, também noutras áreas».

Assunção Cristas ouvia e tomava notas. «Estou aberta a discutir estes assuntos. Muitas vezes as pessoas sentem distância – e lá também, não havendo esta distância, há muitas vezes falta de conhecimento e de interesse – e essa motivação adicional, eu creio que só se consegue com a presença. E por isso eu estou aqui neste 10 de Junho, nesta conversa muito interessante com os nossos empresários, mas espero voltar mais vezes, para mantermos esta proximidade para que as pessoas também sintam que há quem esteja atento e que vale a pena olharem para as nossas propostas políticas».