Basquetebol: Philippe da Silva, Treinador-adjunto no Nanterre defronta hoje o Virtus Bologna na 2ª mão na Champions

Esta quarta-feira, a equipa francesa do Nanterre desloca-se ao terreno dos Italianos do Virtus Bologna, num jogo a contar para a segunda mão dos quartos de final da Liga dos Campeões europeus de basquetebol.

Na primeira mão o clube da região parisiense venceu os Transalpinos por 83-75 no Palais des Sports de Nanterre, num jogo a contar para a primeira mão.

Numa sala repleta, o encontro foi equilibrado durante quase o tempo inteiro, sendo que o Nanterre acelerou no fim para ter uma certa vantagem para a segunda mão.

No primeiro dos quatro períodos de 10 minutos, a equipa da região parisiense conseguiu terminar na frente por 20-18, mostrando que estava à altura do evento visto que pela primeira vez o Nanterre chegava a este nível da competição.

O segundo período acabou por ser favorável aos Italianos que o venceram por 20-21. O bom momento do clube transalpino coincidiu com a entrada em campo do internacional angolano Yanick Moreira. No entanto no resultado total, o Nanterre no fim da primeira parte vencia por 40-39.

Recorde-se que um jogo de basquetebol é dividido em quatro períodos de 10 minutos, sendo que o resultado final é, claro, o total desses quatro períodos.

O terceiro e o quarto períodos foram vencidos pelo Nanterre por 22-20 e 21-16, fixando o resultado em 83-75 para o clube do departamento Hauts-de-Seine.

O encontro foi intenso nos últimos minutos, visto que os jogadores, com um certo nervosismo do lado italiano, começaram a fazer mais faltas, mais faltas duras e a tensão aumentou. No entanto os Transalpinos não conseguiram contestar a supremacia do Nanterre e do público que não parou de incentivar a equipa durante os 40 minutos de jogo.

Em termos individuais de notar que Yanick Moreira, internacional angolano do Virtus Bologna, que já passou pela NBA – o campeonato norte-americano de basquetebol – teve uma exibição de bom nível enquanto esteve dentro das quatro linhas. O atleta de 27 anos marcou 4 pontos, tendo a melhor percentagem da sua equipa nas tentativas nos tiros com 66,7% dos seus tiros a darem pontos ao seu clube. Na prática Yanick Moreira fez 3 tiros e marcou dois. O basquetebolista terminou com 5 ressaltos, sendo o segundo melhor atleta do Virtus Bologna nesse aspeto, e com quatro faltas, o que não lhe permitiu terminar o encontro dentro das quatro linhas, visto que tinha o risco de acumular uma quinta falta, que o punha fora do jogo definitivamente.

O Nanterre, que conta com a experiência do Treinador-adjunto Philippe da Silva, antigo internacional português e antigo jogador de clubes como o Paris Levallois, Evreux e Rouen, bem como de equipas portugueses como CAB Madeira e a Oliveirense, tem agora de manter esta vantagem de oito pontos na segunda mão.

A segunda mão vai decorrer a 3 de abril em Itália na sala do Virtus Bologna que tem uma capacidade para mais de 8 mil espetadores (!). Em comparação, o Palais des Sports de Nanterre pode acolher 3 mil pessoas.

Recorde-se que a Liga dos Campeões da FIBA é uma prova que foi lançada pela Federação Internacional de Basquetebol. A primeira edição da competição começou a 27 de setembro de 2016.

Nesta temporada um clube português esteve presente, o FC Porto, que foi eliminado na primeira ronda de apuramento para a fase de grupos pelos Russos do BK Nijni Novgorod. Do lado dos Franceses, havia quatro clubes: SIG Strasbourg, JDA Dijon, Le Mans SB e o Nanterre 92.

 

Philippe da Silva quer alcançar o apuramento

 

Que análise podemos fazer do resultado da 1ª mão?

Fizemos um grande trabalho. Nunca é fácil ganhar assim com uma certa diferença porque 8 pontos representam pelo menos três posses de bola. Na ronda precedente, em casa, tínhamos ganho por 9 pontos de diferença, o que fez com que, na Turquia, não entrássemos em pânico. Por isso ganhar frente ao Virtus por 8 pontos de diferença já é um resultado razoável para nós, para jogarmos em Bolonha.

 

O que fez a diferença no encontro?

A diferença fez-se defensivamente. Criámos muitas dificuldades no último período, não deixámos os atletas do Bolonha acertarem no cesto. A equipa fez um grande esforço e ofensivamente tivemos o Julian Gamble que criou situações debaixo do cesto, provocou faltas, e foi buscar ressaltos ofensivos que nos permitia ter sempre a posse da bola, mantendo o resultado sempre acima dos 5-6 pontos. Aliás tenho também de referir que fizemos dois ou três erros e podíamos ter vencido com uma vantagem de 11 ou até 12 pontos. Seria ainda melhor, mas esta diferença de +8, já foi um grande trabalho da nossa parte.

 

A sala estava repleta…

O público esteve sempre a puxar por nós. Fizemos casa cheia nesta primeira mão. É um resultado histórico para o clube. O Nanterre já criou várias surpresas noutras épocas e foi sempre com o apoio incondicional dos adeptos. O esforço no último período também é devido ao apoio do público.

 

Quais eram os objetivos no início da competição?

O objetivo era passar a fase de grupos num dos mais difíceis. Os jogadores fizeram um esforço incrível desde janeiro para pudermos alcançar o apuramento. Queremos todos, alcançar o apuramento para a final four.

 

Como podemos antever a 2ª mão?

No basquetebol também se pode defender um resultado. Frente ao Besiktas, na ronda precedente, fomos à Turquia defender o resultado da primeira mão. Não entrámos em pânico, tentámos sempre controlar a distância com os turcos. Temos uma certa tranquilidade porque estamos a falar de três ou até de quatro posses de bola, e no fim das contas até precisam quase de cinco posses para ganhar. É muito, mas temos de ter cuidado e saber controlar o jogo com os 8 de vantagem com que vamos para a Itália.

 

Qual é o ambiente na sala em Bolonha?

É um clube histórico, mítico, ao nível europeu. Foi Campeão Europeu. Depois tiveram alguns problemas financeiros, desceram de divisão, mas agora já voltaram ao patamar que deviam estar. É um clube histórico em que o público também puxa muito pela equipa. É uma sala com 8 mil pessoas! Por exemplo o clube francês do Le Mans tinha empatado com o Virtus, em casa, e acabaram por perder com 20 pontos de diferença na Itália [ndr: 74-74 em França, 81-58 para o Virtus na Itália]. Por isso com um pouco de euforia, e se conseguem embalar o jogo como nós fizemos, nunca se sabe. Vamos ter de ser sólidos mentalmente e emocionalmente.

 

O Philippe está sempre em ebulição no banco…

É a personalidade que eu tinha enquanto jogador. Quando uma pessoa é muito competitiva, tenta sempre puxar pela equipa, tenta sempre ajudar. É o meu papel. Cada vez que posso dar uma indicação, vou dá-la. Há um staff técnico e acho que cada um faz o seu papel para ajudar a equipa.

 

Como tem sido a experiência como Treinador adjunto?

Estou muito contente de estar presente neste clube e nesta equipa técnica. Tenho o meu espaço de trabalho com o trabalho individual com os jogadores, bem como um trabalho a nível tático com os aspetos ofensivos do nosso ataque.

 

Até agora o que podemos dizer da temporada do Nanterre?

Por termos um plantel de qualidade e a vontade de todos nós, queremos conseguir alcançar os melhores resultados possíveis. Esta equipa fez um esforço muito grande para conseguir estas proezas: Estarmos presentes em todas as competições! Estamos nos 3 primeiros desde o início do Campeonato, e chegamos aos quartos na Taça da Liga e na Taça de França, bem como aos quartos da Liga dos Campeões.

 

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