Lusa | Rui Minderico

Benfica perdeu com Marseille nos penáltis e falha meias-finais da Liga Europa


O Benfica foi ontem eliminado nos quartos de final da Liga Europa em futebol, ao perder com os franceses do Marseille por 4-2, no desempate por penáltis, no Estádio Vélodrome.

Depois do triunfo por 2-1 na Luz, os gauleses venceram por 1-0, com um tento de Faris Moumbagna, aos 79 minutos, igualando a eliminatória, e, nas grandes penalidades, marcaram as quatro de que dispuseram, enquanto Di María e António Silva falharam.

Nas meias-finais, em 02 e 09 de maio, com primeiro jogo em casa, o Marseille vai defrontar a Atalanta, que, depois de ter eliminado o Sporting nos ‘oitavos’, eliminou o Liverpool nos ‘quartos’, ao perder hoje por 1-0 em casa, após o triunfo por 3-0 em Anfield.

.

A lotaria dos pénaltis

Na ‘lotaria’, Di María deu o mote para a eliminação, ao falhar o primeiro penálti, rematando ao poste esquerdo, para, ao quarto, António Silva colocar uma ‘cereja’ numa época europeia ‘horribilis’, permitindo a defesa a Pau López.

Por seu lado, Joaquín Correa, Kondogbia, Balerdi e Luis Henrique fizeram o pleno para os gauleses – nem foi preciso marcar o quinto -, para loucura do Vélodrome e dos adeptos do Marseille, que vai agora medir forças nas meias-finais com a Atalanta.

Para trás tinham ficado 120 minutos em que o Benfica, mesmo sem convencer, e com vários jogadores em sub-rendimento, não teve eficácia, nas ocasiões falhadas por Aursnes (58 min), Di María (74, 87 e 98 min), Rafa (74 min), Kökçü (81 min) e Arthur Cabral (108 min).

Se a equipa não correspondeu, Roger Schmidt também não aproveitou o que de bom tinham feito os jogadores lançados no fim de semana, frente ao Moreirense, ficando-se por três substituições, face às seis dos franceses. Dificilmente ‘sobreviverá’.

Em relação à primeira mão, o alemão manteve o ‘onze’ inalterável, sendo o mesmo pela quarta vez nos últimos cinco jogos, enquanto Jean-Louis Gasset fez três alterações, trocando Luis Henrique, Merlin e Moubagna por Soglo, Ndiaye e Ounahi.

A formação ‘encarnada’ entrou bem e criou o primeiro momento de perigo, num remate de David Neres, aos quatro minutos, depois de triangulação com Aursnes, mas o Marselha reagiu rapidamente e, aos sete, Ndiaye obrigou Trubin a intervir.

Os gauleses estavam por cima e, aos 16 minutos, Mbemba cabeceou muito mal, em boa posição, após livre de Veretout, com resposta imediata do Benfica, com Neres a fugir pela esquerda e a assistir para a ‘trivela’ falhada de Rafa.

Até ao intervalo, o Marseille teve quase sempre a bola, mas raramente conseguiu criar algo, sendo exceções dois remates sem perigo de Aubameyang, aos 24 e 44 minutos, após perdas de bola de Di María e Tengstedt, respetivamente.

Os gauleses reentraram com Murillo em vez de Mbemba e com intenções mais ofensivas, mas foi o Benfica que teve a primeira grande ocasião, aos 58 minutos, com Aursnes, isolado por Neres, a atirar às malhas laterais.

De imediato, Gasset lançou Luis Henrique e Moumbagna, com Schmidt a responder com João Mário e Kökçü, em vez de Neres e Tengstedt.

O Marseille tornou-se mais ofensivo e começou a criar mais perigo, com tentativas de Belardi (62 min), Veretout (66 min), após falha de Trubin, Aubameyang (67 min), Moumbagna (69 min) e de novo Veretout (69 min), para grande defesa do ucraniano.

Depois de um longo ‘jejum’ ofensivo, o Benfica teve uma excelente oportunidade para marcar aos 74 minutos, em dose dupla, valendo aos franceses as intervenções de Pau López, em resposta a remates de Rafa, primeiro, e Di María, na recarga.

Os ‘encarnados’ não conseguiram faturar e, aos 79 minutos, o Marseille passou para a frente do jogo, igualando a eliminatória, com Aubameyang, perante António Silva, a centrar da esquerda para o cabeceamento vitorioso de Moumbagna, que Trubin não segurou.

Até ao final do tempo regulamentar, foi o Benfica que esteve mais perto do golo, primeiro num remate de Kökçü, pouco ao lado do poste direto, aos 81 minutos, e depois num cabeceamento fraco de Di María, em excelente posição, aos 87.

A primeira parte do prolongamento foi pautada pelo equilíbrio, com Pau López a deter um cabeceamento perigoso de Di María, aos 98 minutos, lançado por João Mário, com resposta de Aubameyang, num ‘chapéu’ a Trubin que não falhou por muito, aos 101.

Na segunda, Arthur Cabral, a terceira e última aposta de Schmidt, poderia ter marcado, aos 108 minutos, isolado por Kökçü, no que foi a última grande oportunidade do tempo extra, que terminou sem mais golos. O Marselha imperou nos penáltis.

.

Marseille 1-0 Benfica

Grandes penalidades: 2-4

Ao intervalo: 0-0.

No final do tempo regulamentar: 1-0.

No final da primeira parte do prolongamento: 1-0.

Jogo Estádio Vélodrome, em Marseille, França.

Árbitro: Feliz Zwayer (Alemanha).

Ação disciplinar: Cartão amarelo para António Silva (38 min), Mbemba (45+2 min), Tengstedt (60 min), Harit (89 mn), Gigot (89 min), Kökçü (109 min) e Florentino (113 min).

Marcador: Faris Moumbagna (79 min)

Marcadores no desempate por grandes penalidades:

0-0, Di María (ao poste esquerdo)

1-0, Joaquín Correa

1-1, Kökçü

2-1, Kondogbia

2-2, Otamendi

2-3, Balerdi

2-3, António Silva (defesa de Pau López)

2-4, Luis Henrique

Benfica: Trubin, Bah, António Silva, Otamendi, Aursnes, Florentino, João Neves, Di María, David Neres (João Mário, 61 min), Rafa (Arthur Cabral, 102 min) e Tengstedt (Kökçü, 61 min). Suplentes: Samuel Soares, André Gomes, Diogo Spencer, Bajrami, Morato, Álvaro Carreras, João Mário, Kökçü, Rollheiser, Tiago Gouveia, Arthur Cabral e Marcos Leonardo. Treinador: Roger Schmidt

Marseille: Pau López, Mbemba (Murillo, 46 min), Balerdi, Gigot (Daou, 100 min), Soglo (Luis Henrique, 59 min), Ndiaye (Joaquín Correa, 75 min), Kondogbia, Harit (Lafont, 110 min), Ounahi (Moumbagna, 59 min), Veretout e Aubameyang. Suplentes: Blanco, Moumbagna, Joaquín Correa, Abdallah, Luis Henrique, Lafont, Said M’Madi, Daou e Murillo. Treinador: Jean-Louis Gasset