LusoJornal / António Borga

Ciclismo: Rui Costa longe do Tour-2020, apesar de balanço positivo da edição de 2019

O ciclista português Rui Costa vai iniciar a temporada na Volta à Arábia Saudita, que se corre entre 4 e 8 de fevereiro, seguindo-se a Volta ao Algarve (19 a 23/02), Volta à Catalunha (23 a 29/03), Volta ao País Basco (06 a 11/04), Liège-Bastogne-Liège (26/04) e Volta à Romandia na Suíça (28 a 03/05).

O campeão mundial de 2013, que, recorde-se, renovou até 2021 com a UAE, não tem Grandes Voltas escolhidas e tudo dependerá do momento de forma. No entanto a Volta à França, o Tour, não parece estar na agenda do Português de 33 anos, isto situação devido à proximidade dos Jogos Olímpicos de Tóquio, no Japão.

O Tour de France vai decorrer de 27 de junho a 19 de julho de 2020, enquanto as provas ciclistas no Japão decorrem de 25 a 29 de julho. Se Rui Costa participar no Tour, terá menos de uma semana de recuperação para preparar as provas japonesas isto sem contar com a viagem até Tóquio.

O Giro em Itália ou a Vuelta em Espanha podem ser alternativas. De notar que em 2020, a Vuelta conta com uma passagem em Portugal com duas etapas.

Neste fim de ano, o LusoJornal fez um balanço do Tour 2019 com Rui Costa, ele que participou pela nona vez, tendo já vencido 3 etapas na sua carreira – uma em 2011 e duas em 2013.

 

Que balanço podemos fazer do Tour 2019?

O balanço é minimamente bom, isto apesar das coisas não terem saído como eu esperava. Também estou ciente que a preparação que fez para o Tour não foi a melhor, porque estive parado devido a um vírus antes da prova. Isso prejudicou a preparação. Pensamos sempre que podemos chegar bem a esta prova, mas quando se chega ao Tour, o ritmo é sempre muito elevado, e todos os ciclistas estão a 100%, estão no seu melhor nível. Basta estar a 95% e já não chega. No entanto estou contente porque dei o meu melhor, houve várias tentativas de fuga onde entrei, mesmo se não foi possível discutir o triunfo dessas mesmas etapas. Dei o meu máximo, talvez não fico contente com os resultados que tive, mas estou de consciência tranquila porque dei o meu melhor.

 

Sem estar a 100%, conseguiu atingir o 8° lugar na 12ª etapa…

Sim, tudo ocorreu num grupo reduzido, já foi bom ter obtido este resultado, mas o que eu quero é sempre a vitória. No entanto tenho de reconhecer que entrar num top-10 numa etapa do Tour, é sempre interessante. É muito mais agradável voltar a vencer. Este ano não foi possível.

 

Objetivo passou pelas etapas…

Já nos últimos anos a geral não faz parte dos meus objetivos porque talvez seja complicado com as características que tenho. Os meus objetivos passam agora por lutar pelas vitórias nas etapas e ajudar os meus colegas que lutam pela geral.

 

Sentiu saudades do Tour? Não tinha participado nem em 2017, nem em 2018…

Claro que sim! Poder estar no Tour é muito bom porque é a prova ciclista que tem mais valor, é aquela onde temos mais vontade de aparecer, de ganhar. É a prova onde todos os ciclistas querem estar e brilhar. Por isso é necessário estar muito bem fisicamente para enfrentar uma prova desta.