LusoJornal | Sylvie das Dores

Conferência sobre o “Desenvolvimento Humano” das empresas francesas teve lugar em Lisboa

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A 8ª Conferência Económica Franco-Portuguesa sobre o Desenvolvimento Humano, organizada pelos Conselheiros do Comércio Exterior da França, pela Câmara de Comércio e Indústria Luso-Francesa e pela Embaixada de França em Portugal, teve lugar na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, no dia 14 de fevereiro.

Estiveram presentes o Presidente da Câmara Municipal de Lisboa Carlos Moedas, a Embaixadora de França em Portugal Hélène Farnaud-Defromont, a Ministra do Trabalho, da Solidariedade e da Segurança Social Ana Mendes Godinho, o Administrador Executivo da Fundação Calouste Gulbenkian Guilherme d’Oliveira Martins, o Vice-Presidente dos Conselhos do Comércio Exterior de França em Portugal Pierre Debourdeau, o Presidente dos Conselheiros do Comércio Externo da França Thierry Ligonnière, e Anaïs Raynaud, Conselheira CCEF, CEO do BNP Paribas Personal Finance Portugal e responsável pelo estudo.

Ministro Olivier Becht apela ao investimento em Portugal

Olivier Becht, Ministro do Comércio Exterior, da Atratividade e dos Franceses no Estrangeiro, enviou uma mensagem vídeo, salientando que a relação económica bilateral entre Portugal e a França “é excelente”. A França é o primeiro parceiro comercial para Portugal, o segundo cliente e o terceiro fornecedor de bens, as exportações mantêm uma forte presença nos setores estratégicos para a economia de Portugal: setor automóvel, cultura, produtos farmacêuticos, pecuária, componentes aeronáuticos… Os intercâmbios de serviços, de turismo, são também um núcleo central para a relação comercial.

Existem 1.000 filiais de empresas francesas em Portugal que empregam mais de 100.000 pessoas. O dinamismo dos investimentos franceses progride. A França é o quarto investidor estrangeiro em 2021, aliás, o Ministro encoraja as empresas francesas que queiram internacionalizar-se em aproveitar as oportunidades de desenvolvimento em Portugal e ao mesmo tempo, convida igualmente as empresas portuguesas a olharem para a França com interesse por ser o país mais atrativo desde 2019 com oportunidades de investimento que poderão encontrar nos setores estratégicos do «Plan France 2030».

Efetivamente, o investimento português em França é real, mais de 1.500 empresas portuguesas em França empregam 6.000 pessoas, “as nossas economias são complementares e têm um interesse comum em reforçar os intercâmbios perante o desafio que representa as transições numéricas e ambientais”.

Carlos Moedas: “O investimento francês é essencial para o futuro da cidade”

A Embaixadora da França tomou a palavra abrindo a Conferência numa sala cheia sublinhando que o tema do Desenvolvimento Humano “é económico, mas também cultural e fundamental nos tempos de hoje. Deve-se ter uma atenção particular aos questionamentos dos mais jovens e sobretudo ouvi-los com as suas propostas de soluções para que haja novas organizações no seio das empresas” disse a diplomata.

O Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, agradeceu as empresas francesas que durante tantos anos “investiram na capital da inovação, da cultura, da abertura, cuidando das pessoas”. Afirmou que Lisboa “é uma cidade que possui uma Alma profunda que afeta todos aqueles que aqui chegam e que atrai pela sua Cultura tão singular. Uma capital com um ritmo de vida desacelerado, provocando talento criativo e atraindo empresas francesas, unicórnios e pessoas que desejam viver cá justamente por essa razão. O trabalho das empresas francesas foi para além do imobiliário contribuindo para a mudança cultural e fazendo parte desse Desenvolvimento Humano”, salientando que “o investimento francês é essencial para o futuro da cidade”.

“O desenvolvimento humano só pode vir de uma atitude de inovação perante a vida e essa atitude de inovação perante a vida é como as vossas empresas que olham para aquilo que é hoje as vossas necessidades de recrutamento, como vão recrutar pessoas que são diferentes e a partir dessa diferença, das interações, conseguir criar medidas diferentes?” disse Carlos Moedas na sua intervenção. “A maior arma é a capacidade inovadora que virá dentro de nós. Ir ao encontro dos seus colaboradores, arregaçar as mangas, ajudar, ouvi-los, cuidar das suas pessoas é fundamental, não há exercício nem mais humilde nem melhor para a inovação e para melhorar o Desenvolvimento Humano”.

Qualidade de vida dos colaboradores é fundamental para as empresas

Depois houve mesas-redondas onde os debates com os convidados presentes foram profícuos. Questões centrais foram abordadas: Como desenvolver as competências e reter os talentos? Quais as alavancas? Como podem as empresas maximizar o seu impacto social?…

Falou-se das oportunidades de carreira para as diferentes gerações e das novas formas de trabalhar, da formação e de que forma estão as empresas a desenvolver e captar o talento. Foi mencionada a abordagem da autoavaliação no seio das empresas, talvez seja um momento de repensar essa metodologia que infantiliza os colaboradores dando mais confiança aos talentos. Falou-se também dos compromissos das empresas para com os seus colaboradores e como se estão a preparar para os empregos de amanhã, tendo em conta a importância da diversidade e da inclusão, palavras-chave que as empresas terão de ter cada vez mais presentes e refletidas nas suas práticas de responsabilidade social, até porque a maioria dos cidadãos, na hora de escolher um empregador, dá cada vez mais primazia às empresas que as privilegiem.

“A qualidade de vida dos colaboradores deve ser a prioridade da responsabilidade social empresarial. É importante que se promova o diálogo, invista nas melhores práticas de valorização das pessoas e repense os modelos de trabalho para responder a um desejado equilíbrio entre a vida pessoal e profissional”. A otimização do desempenho e o crescimento profissional através do upskilling e reskilling são práticas que as empresas e os trabalhadores terão de aprofundar para fazer face a novos desafios e consequentes necessidades de novas competências. As empresas que promovem boas condições de trabalho e a qualidade de vida das suas equipas, que apostam na formação das pessoas e que promovam culturas diversas, inclusivas e socialmente responsáveis, fatores promovendo o Desenvolvimento Humano, terão um vínculo diferenciado e ganharão em competitividade.

“Só vale a pena ter um crescimento se for um crescimento inclusivo”

A Conferência foi encerrada com a intervenção da Ministra de Trabalho, da Solidariedade e da Segurança Social, Ana Mendes Godinho, concluindo com a relevância do posicionamento de Portugal como “um destino que se afirma pelas novas formas de trabalho que valorizam a consideração da vida pessoal, familiar e profissional, que valorizam novas formas de organização de tempo de trabalho e como destino para viver e trabalhar, criando excelentes condições em conjunto para que a Liberdade, a Igualdade, a Fraternidade sejam mesmo os lemas e a missão que nos mova e nos une”.

A Ministra referiu que a pandemia abalou e tocou todas as pessoas e trouxe grandes lições de vida. “Ninguém se salva sozinho e só através de respostas coletivas é que conseguimos ultrapassar momentos difíceis, podemos fazer muito melhor do que fazíamos antes e só vale a pena ter um crescimento se for um crescimento inclusivo”.

Ana Mendes Godinho acrescentou que “a vida vale a pena quando é vivida para fazer e provocar impacto na vida dos outros”.

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