Covid-19: Porta-aviões Charles-de-Gaulle regressou a Toulon e Fragata Corte-Real regressou a Lisboa

O Exército francês realizou ontem uma operação inédita de desembarque e colocação em isolamento de 1.900 marinheiros, devido ao regresso antecipado do porta-aviões Charles-de-Gaulle, que atracou este domingo em Toulon, após registar casos de infeção pela Covid-19.

O navio estava em missão desde 21 de janeiro e passou várias semanas no Mediterrâneo como parte da Operação Chammal, tendo, posteriormente, atravessado o Mar do Norte e o Atlântico, escoltado pela Fragata portuguesa Corte-Real em “operações para proteger e defender as abordagens marítimas europeias”.

No sábado, o Governo francês anunciou que o porta-aviões Charles-de-Gaulle, com pelo menos 50 marinheiros infetados pelo novo Coronavírus, depois de terem efetuado testes, regressaria este domingo a Toulon.

Segundo comunicado da Marinha portuguesa, a Fragata Corte-Real também “regressou esta semana de missão de escolta ao porta-aviões francês Charles de Gaulle, no Oceano Atlântico e Mar do Norte”.

Em comunicado, a Marinha refere que “as guarnições dos navios da Marinha portuguesa prestam homenagem à sociedade portuguesa, que luta, como todo o mundo, contra a pandemia causada pelo Covid-19” e acrescenta que “no dia de Páscoa os navios enviam um aplauso, enquanto estão em missão servindo Portugal no mar”.

De acordo com a porta-voz da Prefeitura marítima do Mediterrâneo, Christine Ribbe, o porta-aviões atracou sem problemas e a operação logística para desembarque de toda a tripulação aconteceu de forma regular, tendo sido o transbordo “cronometrado ao minuto”, para autocarros e outros meios de transporte, com o objetivo de dar “tempo para evitar que os marinheiros se cruzem”, no sentido de reduzir os riscos de novas contaminações pela Covid-19.

Para além dos 1.700 marinheiros do porta-aviões e do grupo aéreo de bordo (helicópteros, aviões de vigilância Hawkeye e Rafale), chegaram também a Toulon 200 marinheiros da Fragata francesa Chevalier Paul que o acompanhou. Todos ficaram agora confinados por 14 dias “em recintos militares antes de chegarem a suas casas”.

O anúncio do regresso antecipado do porta-aviões Charles-de-Gaulle à França foi feito na quarta-feira, após a descoberta a bordo dos casos suspeitos de infeção pelo Covid-19, desconhecendo-se ainda a origem da contaminação do grupo de militares, já que o porta-aviões francês não teve contacto externo desde 15 de março, aquando de uma escala na cidade francesa de Brest.

 

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LusoJornal