LusoJornal / Mário Cantarinha

Cuca Roseta encantou na Noite de Fado da Rádio Alfa

A artista Cuca Roseta cantou na Sala Vasco de Gama, em Valenton, numa noite de Fados organizada pela Rádio Alfa, e em particular pelo programa “Só Fado” e pela associação «A la découverte du Portugal».

O público presente ficou encantado com uma noite especial como nos explicou Odete Fernandes, animadora do programa Só Fado: “Foi uma noite particular porque abrimos com o grupo Desfado, que não é fado, mas que é cantado com uma voz de fado, e depois tivemos a Cuca Roseta que é uma das figuras incontornáveis do fado atual. Cuca Roseta canta temas tradicionais mas de uma forma moderna, é uma artista completa, que faz viajar o fado pelo mundo inteiro”.

LusoJornal teve a oportunidade de conversar com Cuca Roseta.

 

A sala estava repleta para o seu concerto, qual foi o sentimento?

Fico muito feliz em ver as pessoas estarem presentes para o meu concerto. Acho que quando se sonha, nunca se sonha tão alto. As minhas expectativas nunca foram tão altas. Eu quero que as pessoas sintam algo quando ouvem a minha música, que as toquem, que as reconfortem ou até que as façam refletir sobre a vida. É maravilhoso.

 

Como vê a Comunidade portuguesa?

É muito diferente quando venho aqui a Paris porque esta Comunidade recebe-nos com muito carinho. É por isso que gostamos muito estar em Paris, e trazer este nosso Portugal a quem tem saudades. Isso dá-nos uma grande emoção. Tenho muitos amigos a viverem fora de Portugal e eles próprios admitem que estando fora valorizam mais Portugal, a nossa cultura e o fado porque quando ouvem, sentem esta nostalgia, esta saudade. Recordam-se das raízes. Por isso gostamos muito de poder levar Portugal para fora, principalmente àqueles que o valorizam mais.

 

A Cuca Roseta tem um estilo próprio…

O fado nunca é igual. Eu costumo dizer que o fado, quando é verdadeiro, é como uma impressão digital de quem o canta, contando um pouco a experiência de vida de quem o canta. O meu fado é um fado que posso dizer de momentos alegres, mas também com uma profundidade e uma paixão muito grande. Tudo isso faz parte da minha personalidade.

 

O seu sonho era ser fadista?

Estudei direito, estudei marketing, licenciei-me em psicologia, comecei a estudar antropologia, fiz muitas coisas, mas sempre a cantar o fado. Acho que sou quem sou a cantar o fado, nasci para isto. Quando era nova ainda não tinha essa certeza. Tem sido espetacular cantar fado, conhecer novos países, e ter estas experiências. Quando temos um dom, temos de pô-lo em prática e sermos o instrumento de uma mensagem. E eu é no fado que consigo fazer tudo isto. O meu sonho desde criança era cantar, simplesmente.

 

Há países que a marcaram?

Três países marcaram-me além de Paris: a Índia com Goa, a China e a Geórgia com Tbilisi. Eles adoram o fado na Índia, é incrível. Na China e em Tbilisi, fui a primeira a fadista a atuar. É incrível tocar pessoas com a nossa música apesar delas não compreenderem a língua.

 

Novos projetos?

Estou a preparar um novo álbum que deverá sai no final deste ano ou no princípio do próximo.

 

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