Dan Inger dos Santos canta esta tarde no “Festival de Setembro” em Ourém

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O “Festival de Setembro” em Ourém, vai ter lugar este fim de semana e o tema vai ser “Nós, Migrantes. O autor, compositor e intérprete Dan Inger dos Santos vai cantar esta noite, dia 8 de setembro, mas o evento vai ter também conferências, conversas, dança, teatro, cinema e vídeo, exposições, fotografia, literatura, culinárias e artesanato de Ourém e do mundo, espaço criança, património cultural com visitas guiadas, workshops e oficinas, ação de rua…

Filho de emigrantes de Ourém, nascido em Champigny, Dan Inger tem levado o “Fado Blues” aos palcos franceses, uma herança das suas raízes portuguesas cruzada com a paixão pelo Blues. “Muito antes do fado estar na moda e de ser Património Mundial da Unesco, como eu não era fadista, explorei o Fado Blues, ou seja, um Blues com um lado cristalino da guitarra portuguesa. É uma ponte entre o que sempre gostei, entre os meus amores da música americana e as minhas raízes portuguesas” diz Dan Inger dos Santos citado pelo Festival.

O concerto terá lugar esta tarde, às 18h00, nas escadinhas da Sociedade Filarmónica.

Quase ao mesmo momento, às 18h40, vai ser projetado, no “Torreão Nascente”, o filme “Je suis partout et nulle part à la fois” da realizadora Amandine Desille (40 min, 2021). “Enquanto passam o verão na região de Trás-os-Montes, acompanhamos a entrada na vida adulta de Filipe e Hugo. Através de memórias de infância, de verões preguiçosos e cheios de tédio, e dos seus anseios por uma vida melhor, o filme explora a relação ambígua que estes jovens têm com o Portugal rural, mas também as suas habilidades em transitar entre as suas múltiplas identidades, línguas e espaços de vida”. O filme é falado em francês e português, com legendas em inglês. Foi realizado no quadro do projeto MigRural, financiado pela Ação Marie Curie no Programa “Horizon 2020”.

Esta manhã, no quadro do Festival, o Observatório da Emigração realiza o seminário ‘Trajetórias da emigração portuguesa’, entre as 10h00 e as 15h30 (hora portuguesa, em formato híbrido, com o objetivo de abordar o panorama atual da emigração portuguesa.

No sábado, às 17h00, vai ser apresentado o livro “Comunidades, Emigração e Lusofonia – Crónicas (2017-2020)”, de Daniel Bastos, no Auditório do Paço dos Condes, e às 18h00 vai ser projetado o filme Alma Viva de Cristèle Alves Meira.

No domingo 10 de setembro, às 11h00 da manhã, a antropóloga e investigadora Sónia Ferreira vai apresentar o projeto “# Ecos, exílios: contrariar o silêncio: memórias, objetos e narrativas de tempos incertos”, um projeto que “pretende contribuir para um entendimento mais aprofundado da História da Europa e da sua diversidade em termos de experiências de cidadania e de vivência em regimes políticos diversos. A experiência do exílio encontra-se ligada a percursos biográficos que combatem regimes totalitários encontrando refúgio em sistemas democráticos”.

“O espírito cosmopolita do 4º Conde de Ourém, Dom Afonso, inspira o Festival de Setembro, que decorre no lugar histórico, contemporâneo e simbólico da Vila Medieval de Ourém. A partir da base identitária de Ourém, simbolicamente refletida no Castelo, o conceito do Festival de Setembro parte da relação entre Património – História do Lugar – Interculturalidade” diz a nota de apresentação do conceito do Festival organizado pelo Município. “Inspirada no tema ‘Nós, Migrantes’, esta edição parte das trajetórias da emigração oureense para França, Reino Unido, Brasil, Angola, Moçambique, a par de todos os outros destinos do mundo, para pensar novas conceções de lugar”.

Durante três dias, o Centro Histórico de Ourém acolhe iniciativas de cultura, conhecimento e diálogo em torno da diversidade cultural transformadora de lugares melhor preparados para futuros plenos vividos em sociedade.

Destaque ainda para a exposição “Por uma vida melhor”, do fotógrafo já falecido Gérald Bloncourt, patente ao público na Galeria da Vila Medieval e Paço dos Condes durante os dias 8, 9 e 10 de setembro.

“De origem haitiana e a residir em Paris, Gerald Bloncourt retratou o quotidiano da emigração portuguesa dos anos 50/60 em França e as condições de miséria que se viviam nos ‘bidonvilles’ franceses. ‘Por Uma Vida Melhor’ é o título da exposição que mostra o lado humanista deste fotógrafo que denunciou, através das suas fotografias, a vida dos Portugueses que se instalaram sobretudo em Champigny e em Saint-Denis. Gerald Bloncourt conseguiu seguir os emigrantes em Portugal, chegando a passar clandestinamente entre as fronteiras, lidando de perto com o medo de ser presos ou de morrerem por falta de força, necessária para percorrer centenas de quilómetros a pé”.

Após uma edição 0, em 2014, a 1ª edição do Festival de Setembro aconteceu em 2015. Com o tema “Inspirações do Mediterrâneo” o festival abordou “O Mediterrâneo a partir do itinerário do 4º Conde de Ourém”.

Em 2016, a partir da “Diáspora e presença judaica em Ourém”, o festival celebrou a herança e as marcas deixadas pelos Judeus em Ourém. O tema de 2017, “De Ourém ao Oriente” inspirou-se na ligação entre Ourém e o Oriente a partir da viagem de Francisco Vieira de Figueiredo no crepúsculo do império português do Oriente (no século XVII) para trazer as marcas culturais dos países do Sudeste Asiático/Oriente por onde este destacado comerciante e diplomata oureense passou. Em 2023, concluída a reabilitação do Castelo e Paço dos Condes, o Festival retoma com o tema “Nós, Migrantes”.

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