Discriminação de Deputado Carlos Martens Bilongo “choca” Fernanda Cabral Semedo

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Quando a franco-caboverdiana Fernanda Cabral Semedo ouviu um deputado da Extrema-direita, em plena Assembleia Nacional francesa tecer um comentário racista contra o Deputado Carlos Martens Bilongo, de origem angolana e congolesa, ficou chocada e diz que tal só mostrou a “xenofobia e racismo” do partido de Marine Le Pen.

“Quando vi o que se passou, fiquei chocada. Achei que não tinha percebido bem o que tinham dito ao Carlos. Isto passou-se na Assembleia Nacional, que deve representar todos os povos em França e foi um comentário ainda mais inapropriado porque este jovem nasceu em França, ele é francês e o Deputado que o insultou mandou-o para o continente de origem dos seus pais só pela sua cor de pele. Isto é inadmissível”, declarou Fernanda Cabral Semedo, Presidente da Federação das Associações Cabo-verdianas em França, em declarações à Lusa.

Fernanda Cabral Semedo, que também integra o Forum das Organizações de Solidariedade Internacional das Migrações, que representa cerca de 700 associações em França da diáspora de todo o continente africano em França, mostra-se preocupada com este episódio. “Estou muito preocupada, porque não há limites, não há respeito. Quando nos damos conta de todas as injustiças que já acontecem só por causa da cor da pele de alguém, sentimo-nos impotentes”, declarou.

Entretanto, Grégoire de Fournas foi sancionado esta sexta-feira, ficando com metade do salário suspensa durante dois meses e não podendo sentar-se no seu lugar de deputado durante 15 dias, a pena mais forte que a Assembleia Nacional pode aplicar.

Marine Le Pen tem mantido as devidas distâncias do seu Deputado envolvido nesta polémica, tendo reconhecido que houve “falta de tato” na tirada de Grégoire de Fournas. Já Fernanda Cabral Semedo pede que se fale com os jovens com origens africanas de outra forma em França. “Estes jovens são franceses, nasceram aqui e têm uma cultura e costumes franceses, mas não se sentem franceses porque estão sempre a mandá-los para sítios que eles nunca sequer tinham pensado. Nós queremos que os nossos jovens participem na vida pública, encorajamo-los a se comprometerem com as instituições, a serem cidadãos franceses ativos, e depois vem alguém dizer que são estrangeiros ou imigrantes”, concluiu à Lusa.

 

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