Emigrantes lesados do BES garantem 75% do capital mas apontam ainda para os 100%

A associação dos emigrantes lesados do BES, AMELP, divulgou esta tarde um comunicado relativamente aos próximos passos, “tendentes à maximização da recuperação dos investimentos dos emigrantes lesados pelo Banco Espírito Santo”.

Numa primeira fase a AMELP congratula-se que com a operação de Liability Management Exercise (LME), o Novo Banco garantiu mais de 500 milhões de euros nos rácios de capital. “Agora só faltam pequenos formalismos para que todos os emigrantes que aderiram à solução comercial de 2017 possam garantir, desde já a recuperação de 75% do seu capital”.

Mas a associação garante que está a trabalhar numa solução que, “em teoria”, poderá levar à recuperação de 100% de todos os investimentos dos emigrantes lesados, sendo para isso necessário garantir que são credores comuns do BES.

“É com alegria que informamos todos os associados que – na prossecução deste objetivo ‘credores comuns do BES’ – acabamos de receber uma sentença do Tribunal da Relação de Lisboa que garante esse direito em relação a um grupo de emigrantes. Vamos continuar a pugnar por esse direito para todos” diz o comunicado da AMELP.

A associação lembra que já este mês, na audição do Presidente do Novo Banco sobre a petição apresentada pelos lesados do BES ao Parlamento português, o Presidente António Ramalho, “garantiu na Assembleia da República que nos considera credores comuns do BES e que a recuperação de 31,7% poderia alavancar uma solução capaz da máxima recuperação e do alargamento da solução ao EG Primium e ao Euro Aforro 10”.

Luís Marques e Helena Batista, os dirigentes da AMELP (nesta foto com o advogado Nuno Vieira) anunciam que “nos próximos dias, uma instituição nacional de interesse público – de enorme relevo – iniciará um trabalho conjunto com a AMELP para garantia efetiva da nossa condição de credores comuns do BES, para a recuperação total dos nossos investimentos”.

A solução que tem vindo a ser negociada pela AMELP, com o Novo Banco, e acompanhada por representantes do Governo, foi criticada por deixar de fora dois dos produtos: EG Primium e ao Euro Aforro 10. Mas o comunicado desta tarde deixa promessas da AMELP sobre esta matéria. “Ainda este ano contamos iniciar a solução final para o Euro Aforro 10 e, no início do próximo ano, para o EG Premium” garantem os dirigentes da associação de lesados.

Esta é mais uma boa notícia para a AMELP que deixa conselhos aos seus associados. “Exortam-se todos os associados a manterem ‘vivas’ as reclamações de créditos no BES e se preparem para a posição dos liquidatários do BES que pretendem Não Reconhceer esse direito”. Acrescenta ainda que “os vossos advogados saberão como responder a essa posição dos liquidatários do BES, que, passará por uma Impugnação a esse não reconhecimento”.

A AMELP tem vindo a ser acompanhada, nesta negociação com o Novo Banco, pelo advogado Nuno Vieira. Caso o processo tenha desfecho favorável, é um final feliz para os dirigentes da associação, para os lesados, claro, mas também para o advogado que os aconselha.

“Uma possível recuperação de 100% do capital de cada um dos emigrantes, passa pela aceitação da Proposta do Novo Banco de 2017, até ao dia 18 de outubro de 2017, e a manutenção dos direitos ‘vivos’ em relação ao BES” alerta ainda o comunicado divulgado esta tarde.

“A AMELP tenta encontrar as melhores soluções possíveis para as pessoas, mas cada um é livre de seguir o seu próprio caminho. Neste momento a AMELP orgulha-se do trabalho desenvolvido e das enormes expectativas que se avizinham” termina o documento enviado às redações.