Exposição sobre o 25 de Abril com coleção de João Heitor na Semana Cultural Portuguesa de Viroflay

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Termina este domingo a Semana Cultural organizada todos os anos pela Amicale Culturelle Franco-Portugaise Intercommunale de Viroflay (78). O evento teve lugar entre os dias 25 de março e 2 de abril, e desta vez o tema é a “Revolução dos Cravos”.

A Presidente da associação, Helena Neves explicou, na sessão de inauguração, que no próximo ano vão comemorar-se os 50 anos do 25 de Abril. “Nós começamos já este ano e o sentido é que outras associações tenham vontade também de abordar este tema e de talvez expor esta exposição” disse ao LusoJornal.

“Revolução dos Cravos” é o tema da exposição concebida por João Heitor, apresentada na sede da associação, na Sala Camões.

“É evidente que é muito importante assinalar o 25 de Abril para todos aqueles que passaram este período antes e depois, mas também para os mais jovens, para que não esqueçam esta exposição magnífica” disse na inauguração o Cônsul-Geral de Portugal em Paris, Carlos Oliveira, que estava acompanhado do Adido Social Miguel Costa. “É uma boa ideia e este é um bom momento, mas eu diria que é sempre um bom momento de falar do 25 de Abril porque é uma data que foi muito importante para Portugal, que trouxe a democracia. Nós, por vezes, pensamos que a democracia está adquirida, instalada, mas é necessário sempre trabalhar para que a democracia seja verdadeiramente uma realidade”.

Também o Maire de Viroflay felicitou a associação por ter abordado este tema. “Nem todas as Revoluções se passam assim, tão calmamente como foi em Portugal. A Revolução francesa foi muito mais sangrenta” disse no seu discurso Olivier Lebrun. Considerando que a associação deve implicar cada vez mais jovens, o Maire considera também que “nós queremos sempre implicar os jovens. É preciso associá-los porque esta questão da democracia nunca está adquirida. É necessário ter isto na cabeça”.

Olivier Lebrun diz que a Comunidade portuguesa “está muito integrada na cidade. Vocês estão aqui apenas uma representação desta Comunidade, que é uma Comunidade muito importante aqui. É muito importante guardar uma ligação com o país de origem, defender essa cultura, comunicar, promover e partilhar. É uma boa iniciativa” disse no seu discurso. “Esta exposição permite voltar a este momento que foi o 25 de abril de 1974. Eu aprendi aqui muitas coisas. É verdade que não sou um especialista, mas aprendi aqui muita coisa e é isso que me parece importante”.

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Uma exposição de João Heitor

João Heitor procurou em casa cartazes, discos, livros, relacionados com o 25 de Abril. “São cartazes pessoais que não foram ainda expostos em lado nenhum” confirmou ao LusoJornal. Começou a colecionar cartazes sobre a Revolução dos Cravos logo em 1974. “Se me dessem 20 ou 30 mil euros por esta exposição, eu não a vendia”.

Um cartaz que Álvaro Cunhal desenhou na prisão, assinado por detrás, representa o funeral de um militante antifascista, um outro cartaz é sobre o 20° aniversário do 25 de Abril numa associação em Saint Denis. “Vejam aquele cartaz ali com uma pomba que tem um cravo na mão, é belíssimo” diz ao LusoJornal. Um outro cartaz foi desenhado por Júlio Pomar, outro ainda representa o emblema da Associação 25 de Abril, criada por Vasco Gonçalves.

Um cartaz da Livraria Lusófona, que João Heitor criou no Quartier Latin, mostra José Afonso, José Mário Branco e Luís Cília. “Fui eu que trouxe para Paris as canções do 25 de Abril” lembra. “Este é um disco feito quando o Otelo esteve na prisão. Houve vários artistas que fizeram uma canção, José Mário Branco, Carlos do Carmo, Georges Moustaky, Jorge Amado, Chico Buarque,… também tenho ali uma série de livros do Mário Soares”.

Durante a Semana cultural foi também organizada uma conferência sobre “A história de Portugal”, proferida pelo professor José Carlos Janela Antunes, Diretor da Secção portuguesa do Liceu internacional de Saint Germain-en-Laye.

Apenas o grupo de cante alentejano, previsto para atuar no dia 26 de março, com Pedro Mestre, falhou. “Estavam no aeroporto, mas o avião falhou e não puderam vir” explicou Helena Neves.

Durante a Semana cultural estavam também expostas maquetes feitas com fósforos, por José Neves, o marido da Presidente da associação. “Ele começou a fazer isso na tropa e teve tempo, porque fez 42 meses de serviço militar” disse Helena Neves. São caravelas, aviões, a Torre de Belém e até um cravo do 25 de Abril… tudo em fósforos.

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