Filme francês “Riviera” venceu Grande Prémio em Espinho

O 43º Cinanima – Festival Internacional de Cinema de Animação de Espinho atribuiu o seu Grande Prémio ao filme francês “Riviera”, distinguindo também a longa-metragem brasileira “Cidade dos Piratas” e as curtas portugueses “Tio Tomás” e “Nestor”.

Depois de avaliar os 113 filmes em competição, o júri do certame, que decorreu naquela cidade do distrito de Aveiro, decidiu que “Riviera” merecia o principal prémio do festival pela mestria com que o Francês Jonas Schloesing combinou imagem em computador a 3D com desenho a preto e branco sobre papel.

É dessa forma que conta a história de um homem que, perante o tédio de um dia sufocante de verão, se ocupa a espiar a vida dos vizinhos com recurso a binóculos.

A obra de Regina Pessoa obteve depois o Prémio Especial do Júri pela curta de 13 minutos “Tio Tomás – A Contabilidade dos Dias”, que a própria realizadora descreve assim: “A partir das memórias afetivas e visuais da minha infância, este filme pretende ser uma homenagem ao meu tio Tomás, um homem humilde e um pouco excêntrico que teve uma vida simples e anónima”.

“Com este filme eu gostaria de testemunhar que não é preciso ser-se alguém para se ser excecional na nossa vida”, refere Regina Pessoa.

O Prémio de Melhor Longa-Metragem do Cinanima 2019, por sua vez, foi entregue ao Brasileiro Otto Guerra pelo filme “Cidade dos Piratas”, sobre as dificuldades que um realizador de cinema enfrenta quando a sua argumentista começa a rejeitar personagens e, para salvar o projeto, ele opta por outra história e dá por si num labirinto de realidade e ficção.

“Nestor”, uma produção do Royal College of Art de Londres com realização, ilustração e música do português João Gonzalez, venceu o Prémio António Gaio, que distingue a melhor obra nacional em competição. Este filme de cinco minutos explora o transtorno obsessivo-compulsivo de um homem que vive num barco instável que nunca cessa de oscilar.

O júri distinguiu ainda “Sangro” como o Melhor Documentário da 43.ª edição do Cinanima, devido à forma como os Brasileiros Tiago Minamisawa, Bruno H. Castro e Augusto Bicalho Roque (conhecido como Guto BR) recriam a história real de um doente infetado com o vírus da imunodeficiência humana, na tentativa de desmistificar questões que resistem no imaginário social a propósito desse agente causador da Sida.

Outros premiados daquele que é festival de cinema mais antigo do país e o terceiro do mundo com mais longevidade no segmento da animação são: “Mancha”, uma produção francesa de Donato Sansone eleita como a Melhor Curta até 5 Minutos; “A luz mais escura”, um filme italiano com que Andrea Bonetti ganhou o prémio de Melhor Curta entre 5 e 24 minutos; e “Mind my Mind”, obra holandesa com que Floor Adams se destacou na competição relativa a fitas entre os 24 e os 50 minutos de duração.

Quanto ao Prémio do Público, os votos dos espetadores confiaram-no à curta “Memorável”, em que o Francês Bruno Collet desconstrói o ambiente em que um artista e a sua mulher se deparam com ocorrências cada vez mais estranhas, à medida que mobiliário e outros objetos em seu redor deixam de parecer reais e começam a desintegrar-se.

 

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LusoJornal