Hoje é Dia de Luto Nacional em Portugal porque morreu António Arnaut

Esta terça-feira, dia 22 de maio, é Dia de Luto Nacional em Portugal, pela morte de António Arnaut, considerado o pai do Serviço Nacional de Saúde.

Antigo ministro dos Assuntos Sociais do II Governo Constitucional, liderado por Mário Soares após a Revolução do 25 de Abril, advogado e escritor, António Duarte Arnaut morreu aos 82 anos, nos Hospitais da Universidade de Coimbra (HUC), onde estava internado.

Há quatro anos, ao ser distinguido pela Universidade de Coimbra (UC) com o grau de doutor «honoris causa», o advogado e antigo grão-mestre do Grande Oriente Lusitano (GOL) – Maçonaria Portuguesa – disse que «nem sempre a lei realiza o direito» e assumiu-se como «cidadão comprometido com o povo e a Pátria».

Militante socialista número 4, António Arnaut esteve na fundação do PS, na antiga Alemanha Federal, em 1973, um ano antes do derrube da ditadura fascista em Portugal, tendo assumido o trabalho de relator do Congresso.

António Arnaut foi presidente da Comissão Administrativa da Câmara Municipal de Penela, após o 25 de Abril, e ainda Deputado e Ministro dos Assuntos Sociais.

De 2002 a 2005, exerceu um mandato como Grão-Mestre do GOL, alguns anos após ter presidido ao Conselho Distrital de Coimbra da Ordem dos Advogados.

Publicou mais de 30 livros, alguns na área jurídica, mas também sobre a Maçonaria e sobre o escritor Miguel Torga, seu amigo, além de ensaios diversos, poesia e prosa. Estreou-se muito jovem na poesia, há 64 anos.

Ainda ligado, mas pouco, à sociedade de advogados de Coimbra que ajudou a erguer, a que pertence o filho António Manuel, na prática já não exercia advocacia, atividade que o consagrou como eloquente referência dos palcos da Justiça.

Também a política, na qual se iniciou como opositor à ditadura de Salazar, e o PS já não o entusiasmavam como outrora. «A primeira coisa que fiz na vida foi escrever poesia e hei de morrer como escritor. A vida política não me permitiu publicar mais», lamentou também.