Jovem português apaixona-se pelo desenho em Lyon e gostava de expor para a Comunidade portuguesa


Simão Pedro de Jesus Souto nasceu em Portugal, na cidade de Viseu, em 1996, e ali estudou até à idade de 16 anos, completando o 10° ano de escolaridade. Depois, acompanhou os pais na aventura da emigração. Quando chegou a Lyon, continuou os estudos, frequentando em paralelo a escola francesa e a Secção portuguesa na Cité Scolaire Internationale (CSI) de Lyon.

“Aqui em Lyon, obtive a equivalência do 12° ano, ou seja, o BAC e completei assim os meus estudos secundários” explica ao LusoJornal. “Entretanto descobri o desenho e foi uma revelação para mim. Era algo onde eu me podia exprimir com grande prazer. Rapidamente me inscrevi numa grande escola de animação 3D, a Escola Aries (mais tarde Brassart)”, explica.

Passadas quase duas décadas, o número de desenhos, pinturas e esculturas de Simão Souto é impressionante. O lusodescendente é atualmente um artista confirmado na sua arte.

“Acabei de expor pela primeira vez as minhas obras, a pedido e a convite do grupo ‘Arte em confinamento’ com o tema ‘Corpo em Estudo’” explicou ao LusoJornal. 17 desenhos, pinturas e uma escultura estiveram patentes ao público numa galeria de Penafiel, onde atualmente reside. “Tive retornos positivos da parte do público que passou pela galeria durante as datas da exposição”, entre os dias 8 e 31 de março.

No início foi a curiosidade e muita persistência de autodidata que o levou a começar de desenhar. Mas durante o período do confinamento, Simão Pedro deu asas à sua paixão e também ao seu instinto criador, pondo nas telas desenhos num estilo de classicismo académico. Hoje, dominando novas técnicas, do grafite ao lápis de carvão, o artista sublima as suas criações de arte.

Simão Souto é agora professor de desenho e de pintura no Porto e em Penafiel, mas também trabalha como ilustrador de livros, em vários formatos, e no mundo da 3D para a comunicação. Está assim lançado numa carreira artística onde o desenho, com o tema da figura humana, está sempre em foco. Já foi solicitado para mais exposições, por exemplo para Marco de Canavezes, que terá lugar ainda no decorrer do ano 2024.

Simão Pedro confessa ao LusoJornal que a esposa, Adriana, foi “um grande auxílio e grande impulsionadora” para que a sua paixão se tenha tornado numa realidade. “Sem ela teria sido difícil” diz.

Há dois anos vive na cidade de Penafiel, onde partilha o seu tempo entre as ocupações e deveres profissionais, e o desenho, que privilegia no seu tempo livre. Mas visita regularmente os pais e o irmão que vivem perto de Lyon, onde também gostaria de um dia expor as suas obras, pois muitas delas, estão precisamente em França, guardadas na casa dos pais.

“Gostaria de mostrar à Comunidade portuguesa e à sociedade francesa tudo aquilo que eu consegui fazer durante estes anos que aqui vivi em Lyon, enquanto estudante e trabalhador nas artes visuais, nomeadamente o desenho” disse finalmente Simão Pedro de Jesus Souto.