LusoJornal / Mário Cantarinha

Livro de Naria Radatos foi apresentado no Consulado Geral de Portugal em Paris

O livro “Laços Escondidos”, de Naria Radatos, aliás Ana Fernandes, foi apresentado na quinta-feira da semana passada, dia 22 de novembro, no Consulado Geral de Portugal em Paris, pelo jornalista Carlos Pereira e pela professora Celeste Almeida.

Coube ao Cônsul Geral Adjunto João de Melo Alvim fazer as honras da casa e lembrar que o Consulado Geral de Portugal em Paris acolhe regularmente apresentações de livros. “Esta é uma casa aberta” disse o diplomata numa intervenção inicial, ao mesmo tempo que felicitou a autora pela obra. Na sala estava também o Adido Social do Consulado, Joaquim do Rosário.

“‘Laços Escondidos’ é um romance com linguagem acessível e com um enredo interessante, cheio de suspense e de emoção” disse Carlos Pereira na sua apresentação. “Interessa-me particularmente a arquitetura de escrita utilizada pela autora. É uma escrita cronológica, sem desvios, em que o enredo está baseado numa série de encontros. E até à última página, mesmo quando o leitor já pensou ter desvendado a história, a autora ainda surpreende com mais um detalhe importante”.

O livro conta a história de Pedro, um jovem da Beira Alta, de onde aliás a autora é originária, e que emigra porque sente que não tem qualquer projeção de futuro na aldeia onde reside. “Interessante que a autora tenha posto esta história nos anos 80. A maior parte dos livros que falam de emigração referem-se ao período do ‘salto’, nos anos 60, mas a emigração não acabou nos anos 60, tem continuado sempre, e por isso este livro tem esse mérito de sair de caminhos conhecidos para entrar noutras épocas” diz Carlos Pereira. “E como quem emigrou nos anos 80 tinha mais alguma formação do que quem emigrou nos anos 60, a história também é diferente”. Pedro começou por trabalhar nas obras, mas depressa se tornou assistente pessoal de um parisiense afortunado que acabou por lhe deixar a sua própria empresa.

Naria Radatos é o nome literário de Ana Fernandes. Nasceu a 3 de abril de 1961 em Mangualde, distrito de Viseu e reside em Paris há 27 anos.

Amante da língua francesa e detentora do 5° ano da Alliance Francaise foi fácil a sua integração na sociedade de cultura francesa. Com personalidade forte e exigente frequentou cursos de formação profissional nas áreas de Recursos Humanos, Contabilidade, em TIC e aperfeiçoamento da linguagem técnica dentro do contexto da produção de espetáculos.

Desde muito jovem nutre a paixão pela escrita e pelas atividades culturais e sociais. Aliás, foi isso mesmo que lembrou Celeste Almeida, amiga de infância da autora. Num texto emocionante, que leu, lembrou como conheceu Ana Fernandes, quando era pequenina “com uma boneca ao colo” e como guardou o contacto até hoje. Falou da família da autora e da “importância da educação” dos pais, assim como das atividades de Ana Fernandes na área cultural, em Mangualde. Emocionou a autora cobrindo-a de elogios.

Ana Fernandes realizou alguns trabalhos de revisão literária. Participou na “Antologia Poética”, 2016, Papiro Editora, na Antologia “Poetas na Diáspora” da Oxalá Editora – Alemanha 2017 e 2018, na antologia “Entre o Sono e o Sonho” da Chiado Editora, 2016, 2017 e 2018 e ainda na I e II Coletânea de Poesia Lusófona em Paris da Portugal Mag Edições. Frequenta atualmente o último ano de Licenciatura do curso de Línguas Aplicadas.

Carlos Pereira lembrou também que é uma das lesadas do BES e, aliás, esta situação “pode ser descodificada em várias passagens do livro”. Mas esta questão levou ainda Carlos Pereira a destacar que, apesar de lesada na vida real, a autora destacou na obra a “solidariedade” no seio da Comunidade portuguesa. “Pedro, o personagem da história, chegou a Paris e encontrou o apoio de outros Portugueses que primeiro lhe ajudaram a encontrar casa e depois encontraram trabalho”.

A sala estava cheia, com algumas pessoas de Mangualde, e acabou com uma sessão de autógrafos, depois de uma participação musical proposta pela associação Gaivota com canções na voz de Maria José Henriques e de Filipe Ferreira, acompanhadas por Manuel Miranda à guitarra e Dominique Oguic à viola.

 

[pro_ad_display_adzone id=”18036″]