Ministro António Costa Silva enalteceu o dinamismo empresarial português na XV Gala da CCIFP em Braga


No passado dia 2 de dezembro, teve lugar, em Braga, o XV Jantar da Gala da Câmara de comércio e indústria franco-portuguesa (CCIFP), com a presença do Ministro da Economia e do Mar, António Costa Silva, do Secretário de Estado da Internacionalização, Bernardo Ivo Cruz, do Ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, do Deputado Paulo Pisco, do antigo Deputado e antigo Secretário de Estado das Comunidades Carlos Gonçalves, dos Presidentes das Delegações da CCIFP e de uma delegação do município de Braga, representada pela Vereadora Olga Pereira e por Gil Carvalho, Diretor da InvestBraga. Durante a manhã, a CCIFP e a Câmara Municipal de Braga tinham assinado um Protocolo de Cooperação.

O Presidente CCIFP, Carlos Vinhas Pereira, traçou um balanço do ano 2023 e apresentou os projetos para 2024: reforçar as atividades de formação em Português de Negócios, a formação sobre a tomada de palavra em público para os empresários, a organização de debates com personalidades, assim como os pequenos-almoços com as instituições francesas, a animação à volta dos Jogos Olímpicos, a continuação de assinatura dos protocolos com as Câmaras Municipais de Famalicão, Setúbal, Fafe e Leiria, a abertura de mais cinco Delegações sem esquecer a ilha Córsega, na cidade de Ajaccio. “Será com certeza um ano riquíssimo em eventos”.

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Ministro da Economia e do Mar cativou os empresários presentes

O Ministro da Economia e do Mar salientou que uma das questões cruciais que temos pela frente, no país, é descentralizar o crescimento. “O distrito de Braga é um dos grandes dínamos do desenvolvimento da economia portuguesa, tudo o que se passa neste distrito é transformador. Temos no distrito de Braga cerca de 97.000 empresas, uma população de 155.000 pessoas, o que corresponde a 8,2% da população nacional. Estas 97.000 empresas têm um volume de negócios anual de cerca de 300.000 milhões de euros, ou seja, 6,2% do volume de negócios das empresas portuguesas” disse o Ministro discursando perante uma plateia de empresários portugueses e franceses. “O quadrilátero Braga, Guimarães, Barcelos, Famalicão, onde estão 67.000 empresas, é um dos grandes corações do país em termos da indústria, tal como a mecânica, a fabricação de máquinas e equipamento, uma presença fortíssima da indústria transformadora. Quando olhamos para o desenvolvimento de todas as atividades nesta área fulcral de operações com a Câmara de Comércio e Indústria Franco-Portuguesa.

António Costa Silva lembrou que a CCIFP “é uma das Câmaras mais dinâmicas no mundo” e que a França é um dos grandes parceiros comerciais de Portugal. “Se olharmos para as exportações de Portugal para França, verificamos que tem crescido continuamente. Em 2022 atingimos 15.000 M€ em termos de exportações de serviços e bens, dos quais temos 10.000 M€ de exportações de bens. Somos um país que está a exportar cada vez mais bens, equipamentos elétricos, ferramentas de alta precisão e toda a indústria metálico-mecânica do setor transformador em funcionamento. A França é o segundo cliente das exportações portuguesas e o terceiro fornecedor de Portugal. Existe um intercâmbio fortíssimo, uma ligação histórica traduzida em termos económicos entre os dois países. O protagonismo da Câmara de comércio é crucial para o desenvolvimento desta relação”. E agradeceu ao Presidente Carlos Vinhas Pereira e a toda a sua equipa, por todo “envolvimento”.

O Ministro sublinhou ainda que “quando olhamos para o futuro, estamos a viver um ciclo de transformação estrutural da economia portuguesa. A Europa está rodeada de uma espécie de ‘policrises’, mas mesmo assim, a economia portuguesa tem respondido de forma admirável. Em 2022, o crescimento da economia portuguesa foi de 6,8%, o maior desde 1987 e para esse crescimento, contribuiu à cabeça a indústria metálico-mecânica, que gerou um novo recorde de 23.000 M€ em termos de exportações. O turismo veio a seguir com 21.000 M€”.

Ainda no decorreu do discurso, o Ministro realçou que no distrito de Braga há empresas importantes ao nível da indústria de componentes. “A indústria de componentes, ao contrário do que existe nos outros países europeus em que está a inflação, tem avançado cerca de 400% ao ano, gerou 13.000 M€ em termos de exportação em 2022, não há um carro a circular no espaço europeu que não tenha componentes que sejam produzidos em Portugal. A nossa indústria é altamente inovadora e competitiva. Temos também a indústria agroalimentar que está a subir. As exportações em 2022 chegavam a 7.300 M€. A inovação está presente em todas as esferas do tecido produtivo português e se lidarmos isso com talento, somos um país de grande talento, embora não o reconheçamos, somos o terceiro país da União Europeia que mais engenheiros forma e engenheiros de alta qualidade, os engenheiros são decisivos para tudo o que estamos a fazer na transição digital, na transição energética. Somos também um país que consegue atrair investimento direto estrangeiro, estamos na sexta posição na UE em termos de capacidade de atração de investimento internacional. O investimento direto estrangeiro produtivo chegou a cerca de 25.000 M€ sendo 66% da tipologia de projetos identificados em parcerias com empresas internacionais que querem estabelecer com Portugal na área das engenharias, do desenvolvimento tecnológico e produção de software”.

Por isso, António Costa Silva concluiu dizendo que “todos estes elementos dão-me confiança para o futuro. Se colocarmos as empresas no centro da transformação e desenvolvimento económico, vamos criar cada vez mais riqueza e ser um país mais rico, mais coeso, mais justo a caminho do futuro”.

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O reconhecimento das Câmaras de comércio no mundo

O Secretário de Estado de Internacionalização, Bernardo Ivo Cruz, apontou outra responsabilidade importante que é a da “sustentabilidade financeira e económica das empresas” e que as Câmaras de Comércio, nesse aspeto, “desempenham um papel central para ajudar a trazer pequenas e médias empresas portuguesas para a sustentabilidade ambiental e social, assim como ajudar a identificar e respeitar os limites da velocidade, ser precavido é necessário nesse processo”.

O Ministro José Luís Carneiro felicitou o trabalho do Presidente da Câmara de comércio e indústria franco-portuguesa (CCIFP) por ter desenvolvido a proximidade das realidades económicas entre França e Portugal e recordou que no dia 16 de janeiro de 2016 teve a sua primeira visita à sede da CCIFP, notícia que aliás foi coberta pelo LusoJornal.

Nessa visita, o Presidente Carlos Vinhas Pereira tinha solicitado o reconhecimento das Câmaras de comércio no estrangeiro, e lembrou que deu um contributo para esse reconhecimento do Estado Português das Câmaras de Comércio assim como a realização dos Encontros dos investidores da diáspora. “Entre 2015 e 2023, o país ficou com o stock líquido de capital de investimento direto estrangeiro de 48.000 M€, um elemento que ilustra a confiança no país” e aproveitou, no final, para desejar a todos um Bom Natal e Festas Felizes.

O jantar de Gala da CCIFP, que se realiza alternadamente em Portugal e em França, foi encerrado com um concerto privado do fadista Camané, no auditório do Altice Fórum Braga.