LusoJornal / LSG

Ministro da Defesa participou nas cerimónias da Batalha de La Lys

As cerimónias comemorativas da Batalha de La Lys tiveram lugar no sábado passado, dia 13 de abril, no Cemitério Militar Português de Richebourg e junto ao monumento ao soldado português, em La Couture.

O Ministro da Defesa, João Gomes Cravinho, representou o Estado português, acompanhado pelo Embaixador de Portugal em França Jorge Torres Pereira, o Cônsul Geral de Portugal em Paris, António de Albuquerque Moniz, o Cônsul Geral Adjunto João de Mello Alvim, o Adido Social do Consulado, Joaquim do Rosário, e o Cônsul Honorário de Portugal em Lille, Bruno Cavaco.

“É absolutamente importante comemorar esta data. Por múltiplas razões. Em primeiro lugar, os que aqui morreram em La Lys, há 101 anos atrás, deixaram aqui uma profunda recordação em França e essa recordação é solo fértil para as relações entre Portugal e a França” disse ao LusoJornal o Ministro da Defesa. “Aquilo que aconteceu aqui em França e noutras partes do Continente europeu, na I Guerra mundial, é uma memória que jamais pode ser esquecida porque é uma memória fundacional para a Europa e para a paz, que é o que nós pretendemos. Este é o momento também em que prestamos homenagem a todos os combatentes, àqueles que morreram em La Lys, mas a todos os combatentes que lutaram, por vezes por causas que desconheciam, mas que lutaram pelo dever de sentimento nacional e que tombaram por aqueles que são os seus compatriotas. E essa homenagem é algo que temos a obrigação de fazer. Temos obrigação de manter vivo na memória aquilo que foi o sacrifício desses militares”.

O Almirante Silvestre Correia, representante de Portugal junto da Nato e da União Europeia, em Bruxelas, representou também o Chefe de Estado Maior General das Forças Armadas e também lá estava, como todos os anos, o General Chito Rodrigues, Presidente da Liga dos Combatentes portugueses.

Aliás cabe à Liga dos Combatentes manter o Cemitério Militar Português de Richebourg, que sofreu obras de restauro no ano passado, por ocasião do Centenário da Batalha de La Lys. Mas o talhão militar português do Cemitério de Boulogne-sur-mer continua em muito mau estado. “Não conheço o caso do Cemitério de Boulogne, mas é muito importante mantermos vivos e em bom estado de preservação os Cemitérios onde repousam mortos portugueses” disse João Gomes Cravinho interrogado pelo LusoJornal. “Nós estamos a fazer um esforço, com a Liga dos Combatentes para melhorar as condições dos Cemitérios portugueses em várias partes do mundo, incluindo em África, em Angola – é uma área de trabalho nova – e não conhecendo o caso de Boulogne, tenho todo o interesse, obviamente, em promover a sua restauração”.

João Marques, o Presidente da União Franco-Portuguesa de Richebourg é o mestre de cerimónias há muitos anos. Implicou a mulher, o filho e a nora neste evento anual.

Da parte francesa, para além do Sous-Préfet de Béthune, Nicolas Honoré, estava também presente o Deputado do Pas de Calais Bruno Bilde, que encontrou os dois Deputados portugueses eleitos pelo círculo eleitoral da emigração na Europa, Carlos Gonçalves e Paulo Pisco.

Vários autarcas estavam presentes, nomeadamente os Maires de Richebourg e de La Couture, respetivamente Gérard Delahaye e Raymond Gaquère, mas também a Conselheira Regional Mady Dorchies e o Conselheiro de Paris Hermano Sanches Ruivo.

Este ano não houve cerimónia religiosa no Cemitério, porque o Padre Carlos Caetano, previsto como todos os anos, estava doente. Mas manteve-se o momento em que as associações e instituições da sociedade civil depõem coroas de flores. Foi o caso da União Franco-Portuguesa de Richebourg, da Delegação da Liga dos Combatentes de Lillers, da Associação Franco-Portuguesa de Argenteuil, da Associação dos Comandos do Benelux, da associação Activa, da Associação dos Amigos da Capela de Nossa Senhora de Fátima, da Associação sociocultural dos antigos combatentes das ex-colónias portuguesas de Roubaix, da Associação portuguesa dos veteranos de guerra de Braga, mas também dos municípios de Argenteuil, de Avintes e Constança ou da agência de Marcq-en-Bareuil do Banque BCP.

No dia anterior às comemorações, o Ministro João Gomes Cravinho jantou com a sua homóloga francesa, Florence Parly. “Falámos de La Lys, ela tem toda a consciência da importância que representa La Lys para o nosso relacionamento e a importância que tem para a memória coletiva portuguesa” disse o Ministro da Defesa. “Falámos daquilo que estamos a fazer em África, com o envio de tropas portuguesas em ação, por vezes em situação muito exigente, na República Centro-Africana, falamos do Mali, onde também militares portugueses estão empenhados e para onde vão ainda mais militares portugueses proximamente, e em ambos os casos há também uma forte presença militar francesa”.

Numa intervenção improvisada durante uma receção na Sala de Festas de La Couture, João Gomes Cravinho agradeceu aos Portugueses por continuarem a participar nestas cerimónias. “Obrigado por aqui estarem. Peço-vos que continuem a aqui estar” e acrescentou que “não vos posso dizer quem será o Ministro da Defesa daqui por um ano, ou daqui por 5 ou 10 anos, mas o que vos posso dizer é que o Ministro da Defesa português tem obrigação de cá estar”.

 

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