Caravela
Quem plantou em mim
Esta saudade sem fim;
Verde, Vermelha, Ilusão
Ventura pr’além do mar!
Óh gente do meu País!
Tão longe de ti
Perto aqui no meu peito:
– A quem devo este destino!
Sonho constante da Lusa Mãe
(transportado noutra Nação)
Outra língua, Ventura;
Embalado no Tejo
Deslizado no Sena
Ah Se pudesse transpor!
Nas cordas duma guitarra
Sal, Sol, Dor, Amor,
A terra onde nasci;
(tudo trago a tear n’alma)
Sou de lá emigrante
Sou de cá imigrante
Onda A ir A vir
(Ponte d’arco-irís)
Uma Janela aberta:
Uma Caravela Feliz.
Olga Diegues
25 de fevereiro de 2017