Morreu o escritor e artista plástico António Branquinho Pequeno

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Morreu no passado dia 4 de fevereiro, com 84 anos de idade, o professor universitário, artista plástico e escritor António José Branquinho dos Santos Pequeno. O funeral teve lugar ontem, segunda-feira, no Crematório de Santarém.

António Branquinho Pequeno nasceu em Galveias, no Alentejo, a 22 de julho de 1938. Estudou direito em Lisboa, sem ter acabado o curso. Foi mobilizado para a Guiné onde era Alferes miliciano. Foi preso pela Pide e torturado. Conseguiu fugir do forte militar da Trafaria em 1963, num episódio digno de um filme, quando simulou querer ir ao dentista e levou os guardas que o acompanharam a levá-lo à casa onde morava – saiu pela porta do fundo e veio poucos dias depois para Paris onde se exilou durante um quarto de século. Ainda viveu e trabalhou esporadicamente na Dinamarca, na Suíça e na Inglaterra.

Durante 23 anos foi professor em duas universidades de Paris e também em Tours, onde ensinou Sócio-Linguística e Sociologia da Comunicação.

Psicolinguista, trabalhou ainda na área clínica, em meio hospitalar, na região parisiense.

A França foi a sua segunda pátria, mas sempre manteve uma relação forte com Portugal, sendo colaborador de vários jornais e revistas, nomeadamente nos semanários “O Ribatejo” e o “Jornal do Fundão”.

Publicou vários livros, entre os quais “Espaces, migrations et communication” (1996), nas Éditions ACAP 77, dirigidas por Daniel Lacerda.

Como artista plástico, Branquinho Pequeno participou em cerca de 50 exposições de pintura, individuais e coletivas, em França, Portugal, Estados Unidos, Suíça e Bélgica, e está presente em coleções privadas, Museus e outras instituições.

Regressou a Portugal nos anos 80 para ser docente na Universidade Lusófona, onde lecionou Semiótica, Introdução ao Pensamento Contemporâneo e Sociologia da Comunicação Social. Publicou “Oceanos, realidade e imaginários”, justamente no ano da Expo 98, dedicada aos oceanos, e fez ainda uma incursão na dramaturgia com a peça “Os Amores de Benedith e Allegra”.

Nos últimos anos viveu num lar, não muito longe de Santarém, mas longe de tudo o resto, das lutas, dos livros, dos quadros e dos pincéis… Acabou por morrer no Hospital da cidade, onde estava internado.

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