Orquestra Barroca da Casa da Música do Porto em Dijon

Ontem, terça-feira, dia 30 de janeiro, teve lugar no “Grand Auditorium” de Dijon, um concerto de Andreas Staier ao cravo e direcção musical, acompanhado pela Orquestra Barroca da Casa da Música do Porto.

As obras foram dos compositores William Corbett (1680-1748), Charles Avison (1709-1770), Domenico Scarlatti (1685-1757) e do português Carlos Seixas (1704-1742).

A Orquestra Barroca Casa da Música formou-se em 2006 com a finalidade de interpretar a música barroca numa perspetiva historicamente informada.

Os concertos da Orquestra Barroca têm recebido a unânime aclamação da crítica nacional e internacional. Fez a estreia portuguesa da ópera Ottone de Handel e, em 2012, a estreia moderna da obra L’Ippolito de Francisco António de Almeida.

Apresentou-se em digressão em várias cidades portuguesas e também em Espanha (Festival de Música Antiga de Úbeda y Baeza), Inglaterra (Festival Handel de Londres) e França (Festivais Barrocos de Sablé e de Ambronay). Ao lado do Coro Casa da Música, interpretou Cantatas de Natal de Bach em concertos no Porto e Ourense. Em 2015 estreou-se no Palau de la Musica em Barcelona, conquistando elogios entusiasmados da crítica. Ainda no mesmo ano, mereceu destaque a integral dos Concertos Brandeburgueses sob a direção de Laurence Cummings e concertos para cravo com Andreas Staier.

José António Carlos de Seixas organista, cravista e compositor, nasceu em Coimbra a 11 de junho de 1704 e faleceu em Lisboa a 25 de agosto de 1748, vítima de febre reumática.

Estudou com seu pai e aos 14 anos substituiu-o como organista da Sé de Coimbra onde permaneceu 2 anos. Aos 16 anos partiu para Lisboa. Muito solicitado como professor de música de famílias nobres da corte, foi nomeado organista da Sé Patriarcal e da Capela Real onde na altura era Mestre Domenico Scarlatti.

Carlos Seixas gozou da fama de ser excelente músico e professor. Na capital impôs-se como organista, cravista e compositor. Com o seu trabalho sustentou a mulher, que desposara aos 28 anos, e os cinco filhos – dois filhos e três filhas – e adquiriu algumas casas nas vizinhanças da Sé. Carlos Seixas morreu a 25 de agosto de 1748, de febre reumática, já sendo Mestre da Capela Real.

No que diz respeito à composição, Carlos Seixas foi um dos maiores compositores portugueses para a música de tecla. Fez escola em Portugal criando um estilo seu (apesar da influência italiana e francesa que se constatam em algumas das suas obras) que foi imitado durante algum tempo após a sua morte.

Da obra de Seixas – aproximadamente 700 peças para teclas – apenas 88 chegaram aos nossos dias supondo-se que grande parte da sua obra tivesse sido destruída durante o Terramoto de Lisboa em 1755.