Start-ups portuguesas da UPTEC visitaram o Accélérateur M em Marseille

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No quadro da Temporada França Portugal 2022, o Accélérateur M, em Marseille e a UPTEC, no Porto, iniciaram uma parceria e este fim de semana, três start-ups portuguesas estiveram na Cité Phocéenne num programa de intercâmbio intitulado Naviscio.

 

A iniciativa foi coordenada pelo lusodescendente Franck Araújo, Diretor Geral do Accélérateur M, uma estrutura associativa, criada em janeiro de 2019 pela Métropole Aix-Marseille-Provence, em parceria com outras instituições públicas, entre as quais constam Aix-Marseille Université, as cidades de Marseille e de Aix-en-Provence, a Région Sud Provence Alpes Côte d’Azur, a CCI Aix Marseille Provence. “O objetivo é fazer com que as empresas inovadoras, do tipo start-up, possam crescer e desenvolver-se” explicou Franck Araújo ao LusoJornal.

O Accélérateur M estabeleceu contacto com a UPTEC, um meio detido pela Universidade do Porto, que intervém “em três áreas de negócios, nas artes, na tecnologia e na ciência e tentamos dar um território de experimentação, de criação e de consolidação a quem se atreve no empreendedorismo” explica Carlos Figueiredo, da UPTEC, que representou a estrutura em Marseille. “Esse atrevimento no empreendedorismo leva-os ao mercado, mas também não necessariamente só ao mercado, pode levá-los a resolver problemas numa ONG, novos contributos a nível social, procuramos não só dar rendas acessíveis e espaço a estes empreendedores, como também criar relações dentro do ecossistema que se vai criando, não só a partir da UPTEC, como também com parceiros da região norte e a nível internacional” explica ao LusoJornal.

 

Três start-ups portuguesas

A Fade Independent está a construir uma plataforma dedicada ao cinema independente. Por isso, “estar na França, é onde se faz um dos melhores cinemas independentes do mundo. Logo é muito importante para a Fade Independent responda a esta oportunidade da UPTEC e esteja aqui presente em França” explica Pablo Yuri Raiol Santana.

Ricardo Oliveira Couto veio a Marseille apresentar a Custeasy, um projeto inovador que tenta juntar duas áreas bastante distantes: a tecnologia e a parte aduaneira. “Nós trazemos um pouco de tecnologia, também de expertise de negócio, aliados a todas as ferramentas que podem ser colocadas em cima da nossa solução, trazendo para os clientes vantagens como otimização de custos, automatização dos processos, melhoria do nível de serviços, enfim, um conjunto de ferramentas”.

Por seu lado, a 3Maps, de João Luís da Silva, “é uma empresa que se dedica ao desenvolvimento de software para a indústria portuária e para as autoridades portuárias, está neste momento a desenvolver um projeto de investimento para desenvolver uma plataforma digital que acreditamos será fundamental para a gestão portuária do futuro, que vai permitir coisas como a navegação autónoma, a entrada autónoma de navios nos portos e muitos mais automatismos na área portuária”.

“Aquilo que pretendemos fazer, acima de tudo, é dar oportunidade às start-ups selecionadas e que se propuseram vir, de estabelecerem relações com a França” explica Carlos Figueiredo. “Isto é sem dúvida alguma uma oportunidade para todos porque todos cumprem a sua missão. Nós continuamos a estender o palco a quem tem que o ter e as start-ups vêm buscar eventualmente algumas perguntas, novas oportunidades para os negócios que estão a levantar ou que já estão a implementar e que procuram naturalmente fazer crescer”.

 

Participação no “Grand Opening”

Franck Araújo organizou momentos de encontro e apresentação das estruturas portuguesas junto de outras estruturas em Marseille e as três start-ups portuguesas acabaram por participar no “Grand Opening”, um encontro do mundo económico e digital da região de Marseille, organizado pela Medinsoft, que é um cluster sobre a tecnologia da comunicação e da informação. Este “Grand Opening” marca a ‘rentrée’ económica da cidade.

O Accélérateur M animou a “Aldeia das start-ups e da inovação” e os parceiros portugueses tiveram um stand próprio, ao lado das empresas que a estrutura já acompanha regularmente.

“Não tendo uma espectativa imediatista, temos uma espectativa a longo e médio prazo, de contactos para futuras parcerias e futura presença da Fade Independent aqui em Marseille” explicou Pablo Santana.

“A oportunidade de estar aqui é incrível para a Custeasy. Isto é uma vitrina para nos virmos apresentar e tanto a UPTEC como todos os parceiros que visitámos aqui em Marseille abriram-nos claramente imensas portas. Provavelmente não nesta fase, mas seguramente no futuro vão ser uma oportunidade de sucesso para a internacionalização do projeto que aí virá” comenta por seu lado Ricardo Oliveira Couto.

Também João Luís da Silva confirma que “a vinda a um evento destes em Marseille, que é uma cidade portuária por excelência, traz oportunidades de contactar com players internacionais que serão fundamentais para o crescimento da empresa no futuro”.

 

Cônsul-Geral de Portugal saudou a iniciativa

Durante a estadia em Marseille, a delegação de Portugal encontrou-se com o novo Cônsul-Geral de Portugal naquela cidade, Álvaro Esteves, mas também com o Presidente da Delegação PACA da Câmara de comércio e indústria franco-portuguesa, o advogado Jorge Mendes Constante e com o Diretor do LusoJornal.

Álvaro Esteves considerou que foi importante que a Temporada França Portugal tivesse também uma vertente económica, integrada nas centenas de eventos que se realizaram entre a França e Portugal. Considerou também importante que se tenham desenvolvidos eventos em toda a França e não apenas concentrados em Paris.

Por isso, felicitou os organizadores por terem estabelecido contacto entre as duas estruturas e desejou longa vida a esta parceria.

 

Um projeto para continuar

Carlos Figueiredo destacou ainda o facto da relação com Marseille passar por um lusodescendente. “Isso modifica bastante as relações que estamos a estabelecer, inclusivamente com a facilidade com que o Franck se desloca dentro do ecossistema e nos introduz junto das pessoas” conta ao LusoJornal. “Isso põe-nos completamente à vontade, o pitch passa a ser uma conversa e o momento sério passa a ser uma discussão aberta em que se acrescenta alguma coisa. Isso faz com que o lado emocional que está por detrás de uma relação, ainda que seja institucional, não se nota. Nota-se muito mais que estamos a criar um laço afetivo, sem dúvida alguma por algo que vem mais do coração do que da razão”.

Nos dias 18, 19 e 20 de outubro, Franck Araújo leva três start-ups de Marseille ao Porto, visitar a UPTEC. Mas tenciona assinar um Protocolo de parceria formalizada entre a UPTEC e o Accélérateur M “com o objetivo de continuar a propor o softlanding para empresas portuguesas que desejariam descobrir o nosso ecossistema e o inverso, empresas francesas que estão interessadas no mercado português e não só, porque Portugal é uma porta aberta para outros mercados, nomeadamente o mercado brasileiro”.

 

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