Val-d’Oise: Rosa Maceira, enfermeira diz que é difícil por um adolescente de quarentena

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Rosa Maceira é enfermeira na instituição Apprentis d’Auteuil mas também é Maire Adjointe responsável pela ajuda social, idosos, saúde e deficiência na Mairie de Villiers-le-Bel (95). É ainda Presidente da Associação portuguesa da mesma cidade e vice-Presidente do Centre Communal d’Action Social. Tem estado envolvida na Comunidade portuguesa e na política desde os seus 20 anos.

Rosa Maceira formou-se como enfermeira em 1984. Desde então ocupou muitos cargos como enfermeira privada ou em hospitais, e foi também Diretora de uma Creche.

Atualmente e durante os últimos 20 anos, Rosa Maceira é enfermeira na instituição Apprentis d’Auteuil, uma fundação que cuida de jovens em dificuldades familiares, sociais ou escolares e que acolhe 200 jovens. É responsável por tudo o que está relacionado com a saúde dos jovens. “O trabalho social sempre me interessou. Não há nenhuma noção de cuidados médicos como conhecemos no hospital. O que eu gosto é da relação com os outros e de ajudar pessoas em dificuldades. Há vinte anos atrás, eu tinha filhos relativamente pequenos, pelo que também era uma escolha de não trabalhar aos fins de semana e durante as férias escolares. Foi também isto que me motivou” explicou ao LusoJornal. “É a paixão do trabalho, de ser útil aos outros e a estes jovens que muitas vezes têm uma deficiência emocional. A maioria deles não vê os pais durante toda a semana e alguns ficam aqui durante todo o ano”.

À medida que a pandemia avançou, a Fundação enfrentou novas dificuldades e teve de aprender a lidar com elas. “Durante o primeiro confinamento, não foi muito difícil porque os estudantes foram para casa. Mais tarde, foi mais problemático porque alguns deles ficaram. Quando estavam doentes, eram colocados em quarentena, mas é difícil conseguir que os adolescentes concordem em permanecer em quarentena num quarto, estejam eles doentes ou não. Há ainda um impacto psicológico” explica a enfermeira ao LusoJornal. “Embora sejam supervisionados por profissionais, os pensionistas sofreram com o isolamento, mas também com o ensino à distância. Temos muitos jovens que abandonaram a escola e isto não ajudou nada, até ampliou o problema”.

No entanto, esta situação complicada para o pessoal de enfermagem não amedrontou os futuros estudantes que se candidataram fortemente aos postos de enfermagem. “Fiquei surpreendida por este ano, em Parcoursup, haver muitas candidaturas para lugares em institutos de enfermagem. Fiquei agradavelmente surpreendida porque significa que os jovens não se têm assustado com tudo o que tem acontecido ultimamente. Até despertou vocações, pelo que é muito positivo. É interessante ver que a próxima geração está assegurada”.

Rosa Maceira chegou a França quando tinha apenas 6 anos de idade, em 1969. Foi na altura dos estudos que encontrou algumas dificuldades porque ainda não tinha nacionalidade francesa. “Quando chegou o momento de fazer o exame, foi um pouco mais complicado. Eu não tinha nacionalidade francesa e só podia haver 10% de estudantes estrangeiros. E depois, na instância pública, os lugares foram reservados para os franceses, pelo que houve uma diferença. Felizmente, hoje já não é o caso”.

Como Maire Adjointe de Villiers-le-Bel, a enfermeira participa nas atuais eleições cantonais que têm sempre uma elevada taxa de abstenção. “O problema com os Departamentos é que as pessoas não sabem para que servem. As estradas e os colégios são assuntos do Departamento. Temos um grande problema na nossa cidade que é a criação de um colégio. Estamos a lutar por isso e é por isso que estou a pedir às pessoas que votem. Há muita abstenção na nossa cidade. Também tenho feito muito trabalho na Comunidade portuguesa, que não está muito implicada. É um trabalho individual, é preciso ir e ver cada pessoa porque em grupo não funciona. Há também um grande problema de desinvestimento com os jovens”.

 

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