Vários concertos do fadista Duarte em França

O fadista Duarte inicia esta sexta-feira, em Gagny, uma digressão por vários palcos em França de apresentação do novo álbum, «Só a Cantar», com passagens também por Espanha, Bégica e Portugal.

Na sexta-feira, o criador de «Évora Doce» atua no palco do Teatro André Malraux, em Gagny. No dia 12 canta no Teatro de Saint Dizier, na Haute-Marne.

De Saint Dizier, Duarte segue para Caen, na Normandia, onde atua no dia 13 no teatro local, no dia 19 canta no Conservatório Regional Marcel-Dadi, em Créteil, nos arredores de Paris, e no dia seguinte, sobe ao palco do Teatro Verdure, em L’Hays-les-Roses, no Val-de-Marne. No dia 02 de junho atua ainda na Opéra-Comédie, em Montpellier, no sudoeste de França.

Em declarações à Lusa, Duarte qualificou o novo álbum como «esperançoso», no qual «canta uma dimensão da condição humana que é estar só».

O fadista e autor disse que este seu quarto álbum «é mais esperançoso», obedecendo a «um conceito diferente que não é o de cantar o fim», como nos anteriores CD’s, mas «é mais positivo», pois «canta uma dimensão da condição humana que é a capacidade de estar só, bem diferente de estarmos em solidão, que é muito mais devastador».

Este CD, insistiu o fadista natural de Évora, canta essa «capacidade de estar só, de partir só, de nos refazermos, de nos protegermos».

Nesta digressão europeia, o criador e autor de «Mistérios de Lisboa» é acompanhado pelos músicos Pedro Amendoeira, na guitarra portuguesa, João Filipe, na viola, e Carlos Menezes, na viola-baixo.

Em «Só a Cantar», Duarte assina todas as letras do álbum, à exceção de «Maria da Rocha», de autoria de João Monge, e também algumas das músicas, excetuando as que usa do repertório dos fados tradicionais. Há ainda o caso do «Fado Gripe», que é da autoria de José Mário Branco, assim como «Que Fado é esse afinal?», e um outro, «Rimbaud», que assina com Rogério Ferreira.

«Maria da Rocha» conta com uma estrofe documentada no Cancioneiro Tradicional Alentejano, à qual João Monge acrescentou outras de sua autoria, a seu pedido, explicou. «Este álbum é mais imediato. Eu já cantei o fim de qualquer coisa, já cantei o luto. Agora fazia sentido cantar o que pode vir depois do luto e elogiar essa nossa capacidade, que todos devemos ter, de estar bem connosco», sublinhou.

Este é «um álbum menos carregado, menos complicado, que não é tão denso e, pesadamente, melancólico», que os anteriores, acrescentou.

«Só a Cantar» sucede a «Sem Dor Nem Piedade» (2014).

Duarte, psicólogo de profissão, estreou-se discograficamente com «Fados Meus» (2004), ao qual se seguiu «Aquelas Coisas da Gente» (2009).

 

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