LusoJornal / Marco Martins

10 anos de carreira: Cláudia Martins & Minhotos Marotos iniciaram Tour 2019 em França

Cláudia Martins, vocalista do grupo Cláudia Martins & Minhotos Marotos, realizou dois concertos na região parisiense: a 9 de fevereiro em Pontault-Combault e a 10 de fevereiro em Sainte Geneviève-des-Bois.

2019 é um ano especial para Cláudia Martins & Minhotos Marotos porque comemoram 10 anos de carreira.

Foi nesse intuito que LusoJornal falou com Cláudia Martins durante a sua passagem por Paris.

 

Como decorreram os espetáculos em Pontault-Combault e em Sainte Geneviève-des-Bois?

Foram duas boas atuações, os Portugueses acolhem-nos sempre bem, de uma forma inexplicável. Há boa disposição, há gargalhadas, há sorrisos e fazemos-lhes esquecer este dia a dia cheio de trânsito, cheio de confusão aqui em Paris. Acho que acabam por ser mais felizes. Têm um pouco de Portugal por cá.

 

Como tem sido o público português em França?

Quer durante o espetáculo, quer fora dele, as pessoas procuram ter um pouco de Portugal. Quando nós trazemos o que é nosso, a nossa raiz e a nossa cultura, procuram-nos ainda mais. Os emigrantes gostam mesmo do que cantamos e tocamos. Nota-se pela forma como dançam, pela forma como interagem, e como nos recebem.

 

Como surgem estas oportunidades em França?

Já há algum tempo que conheço a associação de Pontault-Combault, aliás estivemos na Grande Festa em maio passado com a banda completa. A associação gostou muito da nossa atuação, e fizeram esta festa a 9 de fevereiro para os sócios e simpatizantes. No domingo 10 de fevereiro também foi muito bom, num ambiente muito familiar, sobretudo nas desgarradas.

 

São os 10 anos de carreira para Cláudia Martins & Minhotos Marotos…

Paris foi a nossa primeira data. Eu já venho a Paris há vários anos, desde 2006, ao início com as desgarradas, os cantares ao desafio, e foi por aqui que tudo começou. Foi aqui que comecei a ganhar muito carinho pelos emigrantes. Aliás comecei a desenvolver muito carinho pelos Portugueses de Paris, de França e do Mundo inteiro. Quem procura mais as nossas músicas, o nosso estilo musical, é a Comunidade portuguesa. Temos muitas festas em Portugal, mas a Comunidade portuguesa é muito importante.

 

Por onde vai passar o Tour 2019-10 anos de carreira?

Temos muitos países para visitar. França, Suíça, Luxemburgo, Alemanha, Estados Unidos e Austrália. Aliás na Austrália vamos ficar três semanas com seis espetáculos. Quero que as nossas raízes nunca sejam esquecidas. Deveremos regressar a França durante o mês de novembro de 2019.

 

Que balanço podemos fazer destes 10 anos?

Muita música, porque eu sou autora e compositora. Já criei imensas letras, imensas músicas. Os Minhotos Marotos dão-me muito trabalho (risos). Durante estes dez anos aprendi muita coisa e principalmente com a música, com conhecimentos a nível pessoal e profissional.

 

Todos os anos lança um álbum?

Todos os anos tem de sair um álbum, quer seja com temas novos, ou juntando vários temas com uma nova gravação, para ter uma composição do momento para as pessoas verem a evolução dos Minhotos Marotos. Já gravamos tantos temas e até com artistas como o Jorge Ferreira. Partilho palcos com amigos e gosto disso, e aprendo com isso.

 

A ideia é estar presente no mercado?

Podemos dizer isso. Havendo novidades, é sempre bom dar a conhecer aos fãs. Eu de qualquer modo gosto muito de criar, criar muito e sempre. Eu faço isso naturalmente, e acho que se nota nas nossas músicas.

 

Quais foram os momentos marcantes com os Minhotos Marotos?

A Feira de São Mateus em 2018 foi marcante porque estivemos perante cerca de 35 mil pessoas. Todas essas pessoas a vibrarem com a nossa música, é arrepiante. Esses tipos de festivais procuram cada vez mais o nosso género musical, o estilo popular. E queremos dar mais qualidade a esse género.

 

O Tour 2019 tem como ponto central o Arraial Maroto em novembro em Guimarães?

Há muito tempo que queria criar um espetáculo diferente. Não é só um concerto, é uma comemoração. A frase chave é «Orgulho em ser português». É esse o conceito. O evento começa às 15h00, e o nosso espetáculo deverá começar pelas 22h00 até à meia noite. O dia vai estar repleto com animações, com folclore, com grupos portugueses, vai ser um arraial português e não apenas maroto. Vai ser uma criação nossa.

 

O Arraial Maroto foi criado pela Cláudia Martins?

Foi criado por mim, mas tenho toda uma equipa atrás de mim. Vai ser um espetáculo único. A frase chave é dirigida para os Portugueses de Portugal mas sobretudo para os Emigrantes, porque eles sentem ainda mais esse orgulho em ser português. Fora do país, eles dizem sou português com todo o orgulho, com um sentimento positivo. Quero convidar os nossos Emigrantes a virem visitar o nosso Arraial Maroto porque é totalmente dirigido para quem gosta de ser português. Antigamente acho que gostávamos do que vinha de fora, mas hoje em dia, damos mais valor àquilo que é nosso.

 

Como são criadas as músicas?

As situações surgem do dia a dia, com conversas com os amigos, de momentos que passamos. E noutros momentos surgem a qualquer momento e até posso acordar durante a noite para escrever. Muitas vezes até acabo de escrever durante as viagens. Eu nunca paro.

 

Quando começou a sua carreira?

Comecei com oito anos com a concertina e um ano depois a cantar, mas cantar à desgarrada. Apenas com 14 anos comecei a escrever as minhas próprias letras. O projeto Minhotos Marotos comecei com 17 anos, agora já lá vão 10 anos.

 

Como nasceu a paixão pela música?

Tenho um tio que canta à desgarrada, o Jorge Martins, e foi com quem comecei a dar os primeiros passos. Eu aprendi nas aulas que tinha o meu irmão que acompanhava o meu tio. Foi aí que comecei a tocar concertina. Mas comecei rapidamente a explorar eu o instrumento à frente do espelho. Foi assim que eu aprendi. O meu primeiro projeto criei com 11 anos, era um projeto familiar com o meu tio e alguns primos. Foi a partir desse grupo que comecei a evoluir e a perceber que podia criar as minhas próprias letras.