“Alma Viva” de Cristèle Alves Meira ganhou mais um prémio em Montpellier e estreia-se quinta-feira nos cinemas portugueses

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O filme “Alma Viva”, da realizadora luso-francesa Cristèle Alves Meira estreia-se na próxima quinta-feira nas salas de cinema portuguesas e ganhou este fim de semana o Prémio Estudante da primeira obra CCU – Crous no Festival Cinemed à Montpelier.

A produtora e distribuidora Midas Filmes anunciou que a película vai estrear-se em mais de 30 salas de cinema de todo o país, de Lisboa a Porto, passando por Braga, Coimbra, Leiria, Viana do Castelo e Viseu, estando agendadas sessões especiais em Aveiro, Castelo Branco, Estarreja, Funchal, Fundão, Santarém, Tavira e Tomar.

A antestreia do filme aconteceu ontem na Cinemateca Portuguesa, em Lisboa, estando ainda previstas também sessões antecipadas em Vimioso (concelho em que o filme foi rodado), Mirandela, Macedo de Cavaleiros, Viana do Castelo e Porto.

A Midas deu ainda conta de que o filme recebeu o Prémio Pilar Miró para Melhor Novo Realizador, atribuído na Semana Internacional de Cinema de Valladolid, em Espanha.

A distinção surgiu após a sua estreia mundial na Competição da Semana da Crítica do Festival de Cannes, após outras distinções de outros festivais.

Em setembro, a Academia Portuguesa de Cinema escolheu o filme como o nomeado de Portugal para os prémios norte-americanos de cinema Óscares, em 2023.

A longa-metragem foi a mais votada entre os membros da academia para concorrer a uma nomeação para o Óscar de Melhor Filme Internacional, em 2023.

“Alma Viva”, produzido pela Midas Filmes em coprodução com França e Bélgica, é a primeira longa-metragem de Cristèle Alves Meira.

O filme, um microcosmo sobre laços familiares, emigração, misticismo e a cultura transmontana, foi integralmente rodado em Junqueira, concelho de Vimioso, onde a realizadora tem raízes maternas; e as filmagens, feitas no verão passado, contaram sobretudo com atores não profissionais da localidade.

“Alma Viva” centra-se em Salomé, uma menina, filha de emigrantes portugueses em França, que passa o verão numa aldeia com a avó, com quem tem uma forte ligação afetiva e espiritual.

Salomé irá testemunhar a morte da avó e suspeita que esta foi envenenada por bruxaria por outra mulher da aldeia. Enquanto a família organiza o funeral, Salomé acredita que está acompanhada pelo espírito da avó e tenta vingar a sua morte. “A história foi completamente inspirada em histórias poderosas e misteriosas que ouvi ao pé da lareira. Essas histórias são quase como a memória arcaica de Portugal, a matriz da nossa cultura e eu queria voltar a essas tradições e contar essas histórias no cinema, para estar nessa transmissão de cultura”, explicou Cristèle Alves Meira à Lusa nas vésperas da estreia mundial na Semana da Crítica do Festival de Cannes.

O filme é também um retrato da emigração portuguesa, das famílias que se separam entre os que ficam e os que partem, e das complexas diferenças sociais e económicas que daí nascem.

Filha de um minhoto e de uma transmontana que emigraram para França, Cristèle Alves Meira mantém a ligação a Portugal e às origens dos pais e assume que este filme tem um pendor autobiográfico, mesmo sendo uma ficção.

 

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