S. Pedro e S. João em direção do tumulo

Boa Notícia: A manhã da Ressurreição

Uma das pinturas mais bonitas expostas no Museu de Orsay é a famosa obra-prima do pintor suíço Eugène Burnand, intitulada «Les disciples Pierre et Jean courant au Sépulcre le matin de la Résurrection». É um quadro que nos ajuda a “entrar” no episódio descrito no Evangelho do próximo domingo: é a manhã de Páscoa e Pedro e João correm ao sepulcro!

João, o único dos apóstolos que testemunhou a humilhação e a morte de Jesus, corre apressadamente… e o artista imagina-o com as mãos juntas, em jeito de oração, e a fronte franzida que indica preocupação, desassossego… mas também, meditação e esperança.

Já Pedro é retratado com os olhos arregalados, esbugalhados… quase perdidos no horizonte. E as suas mãos deixam adivinhar a missão futura da Igreja: a mão direita no peito recorda o gesto humilde com que todos nós nos reconhecemos pecadores no início da santa Missa; na outra mão vemos um dedo indicador em riste, como que a apontar a estrada que os discípulos percorreram até à certeza da Ressurreição.

A raiz do Cristianismo não é uma experiência de autossugestão ou a elaboração de um mito consolador! A filosofia grega concebia uma imortalidade imaterial em que a alma se libertava dos limites do corpo, mas Pedro e João eram hebreus: para os hebreus uma “ressurreição espiritual” não teria sentido.

Um facto real permitiu aos discípulos superar o trauma e o horror do Calvário; um facto real marcou o início da Igreja e da aventura de evangelização que transformou a face da terra. A Ressurreição é algo que os apóstolos experimentaram (“tocaram”… tal como São Tomé) e tudo começou nesta manhã, nesta correria que os levou ao sepulcro vazio e ao sudário enrolado.

 

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