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Faleceu Maria Carrilho, antiga Deputada do PS pelo círculo eleitoral da Europa

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A antiga dirigente e Deputada do PS Maria Carrilho faleceu hoje, em Lisboa, vítima de leucemia, aos 78 anos. Foi Deputada na Assembleia da República pelo círculo eleitoral da Europa entre 2005 e 2009, mas destacou-se na sua carreira pelo caráter pioneiro dos seus estudos na área da Defesa.

Fonte socialista disse à Lusa que Maria Carrilho, antiga Vice-Presidente da Assembleia da República e antiga Eurodeputada do PS, morreu hoje de madrugada no Hospital CUF Tejo, onde se encontrava internada há algum tempo.

No plano académico e científico, Maria Carrilho, professora catedrática do ISCTE, licenciou-se em sociologia pela Universidade de Roma, tendo feito doutoramento em sociologia política pela Universidade Técnica de Lisboa, e era coordenadora do mestrado em Estudos Europeus no ISCTE.

Maria Carrilho esteve na primeira linha política com a eleição de António Guterres para o cargo de Secretário-geral do PS em 1992, tendo pertencido ao Secretariado Nacional deste Partido.

Especialista em assuntos de Defesa Nacional e em Assuntos Europeus, foi eleita Eurodeputada pelo PS em 1999, funções em que permaneceu até 2004.

Ao longo da sua vida, Maria Carrilho publicou várias obras, destacando os “Novos media, novas políticas?” (2002); “Portugal no contexto Internacional: Opinião pública, defesa e segurança” (1998); “Segurança e Defesa na Opinião Pública Portuguesa” (1995); “Democracia e Defesa”, (1994); “Mulheres e Defesa Nacional”, (1992); “Forças Armadas e Mudança Política em Portugal no Século XX” (1985); “Sociologia da Negritude” (este primeiro publicado em Roma em 1973); e “Portogallo, La Via Militare”, Milão (1975).

No Parlamento Europeu, Maria Carrilho dedicou parte do seu trabalho à política de cooperação e desenvolvimento com África, tendo feito aprovar vários relatórios sobre este tema.

Maria Carrilho defendeu necessidade de as instituições europeias passarem a encarar a vertente da cooperação como “uma modalidade mutuamente vantajosa para a UE e os países mais desfavorecidos”.

“A Europa parece encarar a sua política de cooperação para o desenvolvimento mais como uma obrigação ditada pela má consciência resultante do seu passado colonial, do que como uma modalidade mutuamente vantajosa”, sustentou.

O Presidente da República evocou Maria Carrilho como a “fundadora da sociologia militar em Portugal”, que conseguiu “uma articulação virtuosa entre pensamento e ação, vanguardismo analítico e coerência ideológica”.

“Com um percurso académico notável, aliado a uma relevante experiência política como Deputada à Assembleia da República e ao Parlamento Europeu, conseguiu uma articulação virtuosa entre pensamento e ação, vanguardismo analítico e coerência ideológica, em especial nas áreas a que dedicou a sua vida, a Defesa, os Negócios Estrangeiros e os Direitos Humanos”, lê-se na nota.

Segundo o Chefe de Estado, “fruto desse percurso”, Maria Carrilho deixou “uma obra incontornável sobre o estudo das relações civis e militares no século XX português, sobre o papel de Portugal nos sucessivos contextos internacionais, sobre o papel da mulher nas Forças Armadas, e ainda um contributo singular para uma avaliação sistemática da opinião pública às grandes questões da segurança e defesa no Portugal democrático”.

“O Presidente da República evoca a sua memória e envia condolências à família e amigos da Professora Maria Carrilho”, referiu.

Também o ainda Presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, comentou a morte de Maria Carrilho. “Com um longo percurso de vida dedicada à causa pública, que iniciou ainda durante a ditadura do Estado Novo, e que a levou ao exílio em Itália, Maria Jesuína Carrilho Bernardo era doutorada em sociologia e foi Deputada à Assembleia da República nas VII e X Legislaturas, eleita nas listas do Partido Socialista, Eurodeputada e Presidente do Movimento Europeu”, lê-se numa nota enviada às redações.

Ferro Rodrigues disse que a “forte ligação e amizade” que o unia a Maria Carrilho – assim como ao seu marido, Afonso de Barros, “também desaparecido nos anos 90 do século passado” – constituía para ele “motivo de grande honra e alegria”.

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