Festival Cinanima regressa a Espinho e destaca obra da francesa Florence Miailhe

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O 44º Cinanima – Festival Internacional de Cinema de Animação de Espinho arranca na segunda-feira e, devido à pandemia, disponibilizará ‘online’ os mais de 300 filmes da respetiva competição e programa paralelo, ao preço global único de sete euros. O festival vai dar destaque à obra da cineasta e pintora francesa Florence Miailhe.

É esse o novo formato em que o certame do distrito de Aveiro aposta para garantir que a programação de 2020 chega em segurança a mais espetadores, já que, embora mantendo a sua tela principal no Cento Multimeios de Espinho e levando também sessões e outras iniciativas a mais salas da cidade e escolas, as opções presenciais foram reduzidas para garantir menor aglomeração de público.

Para agilizar procedimentos, o acesso presencial este ano é “totalmente gratuito” e quem preferir seguir o evento a partir de casa terá de inscrever-se para o efeito no ‘site’ do festival, e pagar antecipadamente os sete euros. Depois disso, receberá um código para acesso aos filmes, sendo que os das sessões competitivas estarão disponíveis 24 horas por dia até 15 de novembro, para serem vistos “as vezes que o espetador quiser no horário que lhe for mais conveniente”, enquanto algumas obras das retrospetivas só poderão ser visionadas no horário real da respetiva sessão, por imposição dos autores e distribuidoras.

“Tivemos que nos adaptar para conseguir chegar ao público na mesma, independentemente do que pudesse acontecer entre os dias 09 e 15 de novembro em termos de Covid-19, e a opção foi disponibilizar na internet os cerca de 300 filmes da competição e do programa complementar”, explica à Lusa António Santos, Presidente da Cooperativa Nascente, que é a entidade organizadora do festival.

Quanto à seleção de 2020 para “o mais antigo festival de cinema de animação do país e um dos três mais antigos do mundo”, continua a envolver produções oriundas dos cinco continentes e a apresentar-se “numa linguagem pluridisciplinar, com diversas camadas de leitura inteligíveis quer por miúdos, quer por graúdos”.

Além dos 97 filmes a concurso nas várias categorias de curtas e longas-metragens, 68 dos quais na secção internacional e 29 na nacional, a 44ª edição terá ainda em foco a obra da cineasta e pintora francesa Florence Miailhe, propondo também uma retrospetiva sobre a última década do cinema de animação europeu, na qual se darão a conhecer 16 realizadores.

Florence Miailhe começou por fazer trabalho gráfico para a imprensa, ao mesmo tempo que fazia pintura e gravura. Realizou a sua primeira curta-metragem, “Hammam”, em 1991. Teve filmes recompensados em vários festivais, e recebeu nomeadamente o César da melhor curta-metragem de 2002 com “Au premier dimanche d’aôut” e uma menção especial no Festival de Cannes, em 2006, com “Conte de quartier”. Em 2015 recebeu o Cristal de honra do Festival internacional do filme de animação de Annecy e em 2010 recebeu o prémio do melhor argumento no Festival premiers plans, com “La Traversée”, uma longa-metragem que escreveu com Marie-Desplechin.

António Santos acrescenta que do programa paralelo do Cinanima consta ainda “um ciclo de filmes que assinalam os 75 anos do fim da II Grande Guerra” e uma homenagem ao checo Jiri Trnka, cineasta, ilustrador e artesão de marionetas. É precisamente uma longa desse autor, “Velhas lendas checas” (1953), que se exibe na próxima segunda-feira na sessão de abertura do festival.

 

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LusoJornal