Joana Vasconcelos vai inaugurar uma “Árvore de Vida” na Sainte-Chapelle de Vincennes

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Dez anos depois de ter sido a primeira mulher artista convidada do Palácio de Versailles, Joana Vasconcelos vai inaugurar, a 14 de setembro, uma instalação num outro monumento francês, a Sainte-Chapelle de Vincennes, em Paris. Trata-se de uma sumptuosa “Árvore da Vida” com 13 metros de altura, 354 ramos e mais de 110.000 folhas bordadas à mão, muitas delas adotando o Canotilho tradicional de Viana do Castelo.

Com curadoria de Jean-François Chougnet, em colaboração com o Centre des Monuments Nationaux (CMN) e no contexto da Temporada França Portugal 2022, a obra vai estar patente ao público entre 14 de setembro e 15 de janeiro de 2023.

A Árvore da Vida foi buscar inspiração à obra-prima de Gian Lorenzo Bernini, “Apolo e Dafne” (1622-1625), que retrata o conto mitológico da ninfa que escolheu transformar-se em loureiro para escapar aos avanços amorosos do deus Apolo. Diante deste poderoso gesto de autodeterminação e independência, Joana Vasconcelos concebeu o seu estágio final de transformação do loureiro em que Dafne se tornou.

“Para sermos fiéis à beleza e sensualidade de Dafne, criámos uma árvore elegante e sumptuosa. Emergindo do piso da Sainte-Chapelle, a obra cria um diálogo com seu entorno deslumbrante, usando cores quentes e muito dourado. Começámos a bordar folhas em casa durante o confinamento e acabámos a criar uma escultura têxtil que homenageia o poderoso gesto de liberdade de Dafne num cenário de imposição” explica Joana Vasconcelos. “Na verdade, esta obra também representa uma afirmação da vida para além das restrições da pandemia”.

Tendo em conta a história da capela, a obra também presta tributo ao fundamental papel desempenhado por Catarina de Médici, não só na finalização das obras da Sainte-Chapelle, mas também na decisão de plantar em seu torno milhares de olmos. “Uma das mais poderosas mulheres da Europa no seu tempo, era movida pelo ideal humanista, colecionadora de arte, dinamizava exposições e patrocinou um importante programa de mecenato artístico que durou três décadas” diz uma nota de imprensa do atelier da artista.

Obra “site-specific”, a Árvore da Vida “reforça a ligação entre a terra e o céu”. Estabelece um diálogo com a arquitetura da Sainte-Chapelle de Vincennes, chegando aos 13 metros de altura, e com os belíssimos vitrais do espaço, espelhando tonalidades quentes na matéria prima do têxtil e na luz que a obra irradia.

“Um elo vertical entre o céu e a terra, a árvore é de facto um símbolo do relacionamento do homem com Deus na Bíblia. Porque dá sombra, é um lugar para ficar, um lugar privilegiado para se encontrar” avança o Curador Jean-François Chougnet. “A Bíblia termina no Apocalipse com uma árvore da vida que dá frutos todos os meses e cujas folhas são remédios no meio da Jerusalém celestial. Símbolo de prodigalidade, generosidade e vida eterna, mas também recorda ao ser humano que não tem poder absoluto sobre as pessoas e as coisas. A árvore lembra-lhe que deve viver com respeito pelo ambiente”.

De referir que, até 2 de outubro, Joana Vasconcelos é a convidada de “Lille3000”, com a carta branca concedida pelo evento a partir do conceito de Utopia.

 

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