Maria Graciete Besse, finalista do Prémio PEN Clube Português com o romance “O duplo fulgor do tempo”

[pro_ad_display_adzone id=”46664″]

 

No final do passado mês de setembro, foram revelados os nomes dos 5 finalistas do Prémio PEN Clube Português 2020, na categoria Narrativa. Entre estes nomes encontra-se o de Maria Graciete Besse, com o seu romance “O duplo fulgor do tempo”, que já tínhamos apresentado aqui no mês de abril.

Os outros autores nomeados nesta categoria são: Djaimilia Pereira de Almeida (“A Visão das Plantas”), Francisco José Viegas (“A Luz de Pequim”), Hugo Gonçalves (“Filho da Mãe”) e Mário Cláudio (“Tríptico da Salvação”). Os vencedores da categoria narrativa, assim como os das categorias Poesia e Ensaio, serão revelados em 31 de outubro.

Maria Graciete Besse nasceu na Caparica e reside em França desde 1974. Licenciada em Filologia Românica pela Faculdade de Letras de Lisboa e doutorada com uma tese sobre a obra de Alves Redol (Universidade de Poitiers, 1985), foi responsável do Departamento de Português da Universidade de Paris IV-Sorbonne e coordenadora do Grupo de Estudos Lusófonos. É autora de uma importante obra de crítica literária. Em França, publicou em particular “Lídia Jorge et le sol du monde. Une écriture de l’éthique au féminin” (L’Harmatan, 2015) e “José Saramago et l’Alentejo: entre réalité et fiction” (Petra, 2015). Em poesia, conta entre os títulos mais recentes “A ilha ausente”, “Errância laminar” e “Na inclinação da luz”. Por outro lado, acaba de ser publicada a antologia “José Saramago. Un regard sur le monde”, com seleção de textos e prefácio de Maria Graciete Besse (éd. Seuil, tradução de Dominique Nédellec) e com uma belíssima capa de Sebastião Salgado.

“O duplo fulgor do tempo” (Ed. Licorne, 2019) conta o destino de duas mulheres vítimas da lei patriarcal. A história passa-se na região da Caparica (donde é originária a autora) e entrecruza o destino de duas mulheres que viveram a 200 anos de distância, muito diferentes, mas que são ambas vítimas da lei patriarcal.

Uma delas é uma antiga camponesa, a refletir sobre a velhice enquanto espera pela morte num lar da região; a outra é uma ilustre desconhecida, pertencente à família dos Távoras. “Apesar de pertencerem a épocas e a extratos sociais diferentes, – afirma Maria Graciete Besse numa recente entrevista concedida a Sandra Leandro, da Universidade de Évora – ambas conheceram o obscurantismo, a solidão e o abandono, sem nunca perderem o desejo de escapar à condição de vítimas de um sistema que sempre considerou as mulheres como seres inferiores”.

Graças a um trabalho rigoroso de investigação, em “O duplo fulgor do tempo” Maria Graciete Besse oferece-nos também, quase sob a forma de crónicas, a oportunidade de atravessarmos quase dois séculos de história (século XVIII a século XX), sempre sob o seu olhar crítico.

 

[pro_ad_display_adzone id=”37509″]