Perdeu a felicidade
Eu pensava que era, mas não,
Sim, não sou o que os outros são.
Também não sou a primavera.
Eu sou aquilo que sou.
Sei de onde vim, mas não sei para onde vou.
Eu sou tudo e não sou nada,
Fui amado e desprezado,
Também fui feliz,
Também beijei com ardor,
E tive tudo quanto quis,
Também senti um grande amor,
A solidão me assaltava,
Como a dizer-me: já não prestas para nada.
A complexidade da vida,
Por vezes, por vezes, nos faz viver à deriva,
Ficamos impassíveis, olhando o horizonte.
A aí, pensamos na vida,
Essa vida, que nos rouba por vezes,
E até sem querer, alegria de viver.
E ali morreu um ser,
Que o mundo, não quis acolher.
E é esta, a história de um ser,
Que passou a vida a amar, a sofrer e a morrer.
É esta a história de um sem abrigo.