Os movimentos de libertação de Angola discutidos em Paris

A Delegação de França da Fundação Calouste Gulbenkian vai ser o palco, dia 14 de junho, às 18h30, de uma conferência sobre os movimentos de libertação de Angola do antropólogo Marco Ramazzotti.

Com o título «Porque é que eles combateram? Uma análise das razões profundas dos três movimentos de libertação de Angola», o conferencista propõe interrogar a cultura dos três principais grupos culturais angolanos, os Ovimbundos, os Kimbundos e os Bankongo, para compreender a origem e as razões da guerra entre 1975 e 2002. As razões poderão ser de vária ordem como por exemplo religiosa ou étnica de disputas entre clãs, devido a influências exteriores ou internas.

Marco Ramazzotti, formado na Universidade de Naples, especializado em antropologia jurídica, escreveu o livro «Anthologie du droit coutumier de l’eau en Afrique», tem experiência de terreno enquanto antropólogo e foi funcionário do Estado angolano.

Enriquecido por essa experiência, vai apresentar um panorama sobre a História de Angola para analisar as razões profundas da origem, criação e desenvolvimento dos três movimentos de libertação: o Movimento Popular de libertação de Angola (MPLA), criado no fim dos anos 1950, de uma união de vários pequenos grupos anticoloniais; a Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA), criada em 1957 com o nome União das Populações do Norte de Angola (UPNA), passando a chamar-se União das Populações de Angola (UPA) em 1958, tendo em 1961 fusionado com o Partido Democrático de Angola (PDA) criando assim o FNLA; e por fim, o terceiro movimento, a União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), formada oficialmente em março de 1966 durante um congresso dirigido por Jonas Savimbi.

Estes movimentos de libertação serão, após a luta e a conquista da independência, as protagonistas da guerra civil angolana que durou trinta anos. O MPLA dirige o país desde 1975 até hoje, tendo sido Agostinho Neto, dirigente da MPLA, o primeiro Presidente de Angola pós-independência.

Esta conferência insere-se no ciclo de estudos interdisciplinares sobre a África lusófona, organizada por Maria-Benedita Basto, Olinda Kleiman, Agnès Levécot, Irene dos Santos e Egídia Souto (Universidade Paris Sorbonne/CRIMIC – Centre de recherche sur les mondes ibériques et ibéro-américains contemporains; Université Sorbonne Nouvelle/CREPAL – Centre de recherches sur les pays lusophones; Centre National de la Recherche Scientifiques/Unité de recherches migrations et société – CNRS/URMIS), em parceria com a Scuola dello Stato Maggiore delle Forze Armate (Rome, Itália).

Entrada Livre

 

Fundação Calouste Gulbenkian, Delegação em França

39 boulevard de La Tour-Maubourg

75007 Paris

Infos: 01.53.85.93.93