Lusa | Miguel A. Lopes

Papa diz que a Jornada Mundial da Juventude de Lisboa foi a “mais bem preparada”

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A bordo do avião da TAP que o levou de regresso a Roma, o Papa Francisco elogiou a organização da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que terminou ontem em Lisboa, e disse que foi a “mais bem preparada” e com maior número de peregrinos a que assistiu.

Cerca de um milhão e meio de pessoas participaram na missa de encerramento, no domingo de manhã, no Parque Tejo, local onde no dia anterior, para a vigília, as autoridades avançaram o mesmo número. “É impressionante” o número de peregrinos, declarou, referindo ainda que a celebração “foi muito bonita”.

“Os jovens são uma surpresa, são jovens (…), mas procuram olhar em frente e eles são o futuro. A questão é acompanhá-los, o problema é saber acompanhá-los e que não cortem as raízes. Por isso, insisto tanto no diálogo entre velhos e jovens, os avós com os netos”, afirmou.

Para Francisco, “os jovens são religiosos, procuram a fé, não a agnóstica, não a artificial, não a legalista”, mas “um encontro com Jesus Cristo”.

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Membros da Igreja que ocultaram abusos têm de “assumir essa irresponsabilidade”

O Papa Francisco defendeu que os membros da Igreja que ocultaram abusos têm de assumir essa irresponsabilidade. “Os pastores que, de alguma forma, não assumiram essa responsabilidade, têm de assumir essa irresponsabilidade. Depois ver-se-á de que modo, em cada um deles, mas é muito duro o mundo dos abusos”.

O Chefe da Igreja Católica lembrou que cerca de “42% dos abusos acontecem nas famílias”, sustentando que “ainda é preciso amadurecer e ajudar, para que se descubram essas coisas”.

Francisco pediu depois ajuda aos jornalistas para que “todos os tipos de abusos sejam resolvidos”, notando que o abuso sexual de menores não é o único. O trabalho infantil e o abuso das mulheres são outros exemplos que apontou, referindo, neste último caso, a mutilação genital feminina. “Dentro do abuso sexual, que é grave, há uma cultura do abuso que a humanidade tem de rever e converter-se”, defendeu.

Francisco recebeu, durante a estadia em Lisboa, um grupo de 13 vítimas de abusos na Igreja portuguesa acompanhados por alguns representantes de instituições da Igreja portuguesa, responsáveis pela proteção dos menores, alguns dos quais disseram depois, publicamente, que o Papa lhes pediu perdão.

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Papa diz que Igreja é para todos, incluindo homossexuais

Francisco reiterou que a Igreja está aberta a todos e incluiu os homossexuais, embora salientando que “há legislações que regulam” a vida da instituição. “Não gosto de dizer que venham todos, ‘mas tu isto, tu aquilo…’. Todos. Depois, cada um, na oração, no diálogo interior, no diálogo com os agentes pastorais, procure a forma de seguir em frente. Por isso, uma questão como ‘porque é que os homossexuais não?’, a resposta é todos”, disse Francisco ainda no avião de regresso a Roma.

Para Francisco, “o Senhor é claro, sãos e doentes, jovens e velhos, feios e bonitos, bons e maus, mesmo quem tem uma moral feia e uma boa moral”. todos têm lugar na Igreja. “Há uma espécie de olhar que não entende esta inserção na Igreja como mãe, pensa nela como uma espécie de alfândega, ‘para entrar deves fazer isto ou fazes desta forma e não de outra’”, adiantou.

“Uma das coisas importantes é a paciência na ministerialidade, acompanhar as pessoas, passo a passo, no seu caminho de amadurecimento”, adiantou, rejeitando reduções.

Francisco frisou que “isto não é eclesial, é gnóstico, uma heresia gnóstica que hoje está um pouco na moda, que reduz a vida eclesial a ideias”.

“E isso não ajuda. A Igreja é mãe, recebe todos e cada um faz o seu caminho, dentro da Igreja, sem publicidade. Isto é muito importante”, acrescentou.

Na JMJ, em Lisboa, o Papa Francisco repetiu a mensagem, aos jovens e aos fiéis, de que a Igreja deve ter as “portas abertas” e tem espaço para todos.

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