LusoJornal / Manuel André

Pauliteiros e cantadeiras da Mirandanças, atuaram durante três dias na região de Albi

Os intercâmbios culturais e musicais entre a associação Cordae/La Talvera, e Portugal, começaram no início dos anos noventa. A coletividade está sediada em Cordes-sur-Ciel, departamento do Tarn (81), e trabalha para preservar e divulgar o património cultural da região Occitanie.

La Talvera, grupo de música occitane, participou no início do mês de agosto no Festival Intercéltico de Sendim, Trás-os-Montes, seguiu-se um convite através do seu fundador Daniel Loddo, compositor, intérprete, músico, etnólogo e etnomusicologista, para a participação dos Pauliteiros e cantadeiras da Mirandanças nas comemorações dos 40 anos de La Talvera e a participação no “Festival Orfeas, orfanèlas, ou les Musiques au féminin”.

As atuações começaram na sexta-feira dia 19 em Albi, nos Arquivos Departamentais do Tarn, onde decorreram várias conferências dedicadas a artistas femininas, com principal relevo para a intervenção de Anne Caufriez, etnomusicologista, especialista de músicas e polifonias portuguesas interpretadas por mulheres.

Os únicos artistas masculinos do Festival, foram os Pauliteiros da Mirandanças, e para “animar a malta” e promover o evento desfilaram nas ruas do centro de Albi, sábado à tarde, para a delícia dos numerosos passeantes que puderam assistir às músicas e danças tradicionais do concelho de Miranda do Douro.

No sábado no fim do dia, nova demonstração dos Pauliteiros na Casa da Música-Cap Découverte em Le Garric, durante a inauguração da noite festiva precedida pelos discursos das personalidades presentes: Laurent Vandendriessche, do Conselho Departamental do Tarn, Bernard Gilabert, do Conselho Regional e Miguel Costa, Vice-Cônsul de Portugal em Toulouse.

Com palavras dirigidas em francês a Daniel Loddo e aos organizadores, Miguel Costa, não deixou de realçar os laços de amizade que unem os dois países: “Quero dar-lhe os parabéns pelos 40 anos da associação, pelo seu trabalho e por associar Portugal a este evento. Num momento aonde se fala muito de União Europeia e cidadania, este dia é um bom exemplo disso. Os Portugueses que emigraram para a França nas décadas de 60 e 70, que também ajudaram muito na reconstrução da França no pós-guerra, hoje muitos deles também são Franceses, têm uma dupla cultura, compartilham os mesmos valores, é o que desejo sublinhar aqui. Mais uma vez, quero agradecer pelo convite, e muito obrigado a todos pelo apoio e a receção que têm dado ao grupo vindo de Portugal”.

Durante mais de 4 horas, o público dançou e cantou ao ritmo dos Pauliteiros, dos ritmos brasileiros de Femmouzes T, da música de Camille en bal e de La Talvera, e das vozes de Marina Pittau, Marthe Vassallo e Noluèn Le Buhé.

Para terminar o Festival, domingo à tarde no Château-musée du Cayla, em Andillac, depois de ouvir a cantora oriunda da Sardenha, Marina Pittau, e as três cantoras portuguesas de Mirandanças, o público acompanhou o grupo dos Pauliteiros até ao domaine de La Camba Tòrta para encerrar o Festival à volta de um aperitivo musical, com o coral Cantanha e os músicos de La Talvera.

 

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