Roberto Carlos transformou Bercy na arena do amor

Roberto Carlos, o cantor mais romântico da América Latina (quase) encheu ontem à noite o Bercy Arena Accorhotels num concerto onde cantou alguns dos temas que mais marcaram a vida do artista.

Apesar dos seus 78 anos, Roberto Carlos proporcionou quase duas horas de concerto, com uma “banda de músicos excecionais”. “Cada um deles fica pelos três melhores do mundo no seu instrumento. Os três melhores do mundo” repetiu Roberto Carlos quando os apresentou, calmamente, um a um, a meio do concerto. Dizia palavras de apreço a todos. Alguns são ainda mais velhos do que o próprio cantor. “Quando eu era adolescente, ele já era uma vedeta” dizia, referindo-se a um dos saxofonistas da banda.

Roberto Carlos entrou em palco com “Emoções”, um dos temas mais conhecidos do artista brasileiro, alegando que era precisamente o que sentia naquele momento. Uma emoção ao reencontrar Paris, “uma cidade, linda, onde faz muito tempo que não cantei” disse ao público.

Depois seguiram-se dezenas de temas, todos eles conhecidos, cantados em coro pelo público, como “Lady Laura”, um tema que escreveu para a mãe, Laura Braga, “que canto de forma diferente, e com um amor diferente, porque o amor por ela hoje é ainda maior” apontando para o céu.

Mas também com o “Calhambeque”, um dos temas mais conhecidos no mundo, ou “As Baleias” que continuam a cruzar os oceanos.

O cantor brasileiro sabia que a sala estava cheia de Portugueses, por isso, muito naturalmente presenteou-os com um Fado, o “Coimbra do Choupal”. A sala apreciou as cores vermelha e verde do palco, cantou e aplaudiu.

Mas era sem contar com o público hispânico também muito presente em Bercy que começou a desafiar o cantor romântico para cantar em espanhol. “Em espanhol, em espanhol” gritaram, até que Roberto Carlos cantou em espanhol um tema que também explicou em espanhol. “É um tema muito lindo de dois grandes autores, Giancarlo Bigazzi e Toto Savio, que levei ao festival de San Remo, mas não ganhei. O público brasileiro praticamente não conhece esta canção porque nunca a traduzi para português e francamente, não percebi tudo da letra. Fala de amor, mas eu nunca vi um gato azul a voar pelos céus…” diz com humor. O público hispânico da América do Sul, presente na sala conhecia visivelmente bem “El gato que está triste y azul” e cantou em coro.

Roberto Carlos voltou duas vezes em “rappel” ao palco e distribuiu rosas às mulheres que se precipitaram em frente do palco e pôs muita gente a dançar com “Jesus Cristo”.

Foi uma noite romântica, em Bercy. Até porque, desta vez, Roberto Carlos não enviou ninguém… para o inferno!

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