Saúde: Hábitos que prejudicam os dentes

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Há inúmeros hábitos que parecem inofensivos, mas que prejudicam a saúde oral. Além dos cuidados comuns de lavar os dentes pelo menos três vezes por dia, ou, idealmente, após cada refeição, usar o fio dentário e visitar um médico dentista de 6 em 6 meses, existem outros cuidados a ter em consideração:

– Beber sumo de limão em demasia

O sumo de limão contém ácido cítrico, e, como todos os ácidos, dissolve a cutícula de proteção do esmalte. Assim, o esmalte fica exposto às bactérias que desenvolvem um outro ácido que desmineraliza o esmalte, tornando-o vulnerável e predisposto à cárie.

Este procedimento pode ser evitando com uma escovagem diária, eliminando a placa bacteriana, que forma o biofilme que é o responsável pela criação de bactérias que atacam o esmalte e fazem a cárie.

– Choques térmicos

Conhece a sensação de beber água gelada logo a seguir a beber um café? Esse hábito também prejudica os dentes.

Temos de evitar sempre o choque térmico. Ou seja, se nós expomos um dente sujeito a uma grande temperatura o esmalte não tem dilatação, mas fica quente, e com o arrefecimento rápido pode haver uma desagregação do esmalte.

O que normalmente acontece e não identificamos muitas vezes é uns ‘risquinhos’ no esmalte a que nós chamamos fissuras, que se vêm ao longo do esmalte. O ideal é comer alimentos um pouco acima da nossa temperatura oral. Tudo o que seja muito quente ou frio – o próprio dente avisa. Há prolongamentos do nervo que vêm quase à superfície da parte dentinária na raiz – se for quente faz uma vasodilatação grande, o vaso vai expandir e dá sinal, se for frio faz uma vasoconstrição, contrai e provoca uma dor desagradável.

– Escovagem abrasiva

Muitas pessoas fazem uma escovagem um pouco abrasiva, lenta a nível dos dentes na parte horizontal, porque querem ter os dentes mais brancos e esfregam, esfregam, esfregam. Esta escovagem provoca abrasão, expõe mais os canalículos dentários e a parte nervosa e cada vez dói mais, e vai impossibilitar a pessoa de poder comer alimentos frios ou quentes.

– Escovas elétricas

Sou adverso às escovas elétricas. Porque elas fazem movimentos rotativos, vão entrar no sulco gengival e provocam desgaste.

As crianças não têm problema se forem dentes de leite e mesmo que os gastem não faz grande diferença – mas nos adultos, não recomendo.

– Roer as unhas ou tampas de canetas

Um tipo de vício que implique roer seja as unhas ou tampas de canetas, a longo termo, tem consequências.

Além do aspeto social da Onicofagia, a fricção e interposição das unhas nos dentes pode provocar a abrasão do bordo incisal e parafunções. Seja unhas, lápis, canetas, o que for – o que é certo é que os dentes vão desgastando cada vez mais e começam a perturbar não só a oclusão, mas a estética do dente – mas há outro problema mais grave: quando fazem a movimentação da mandíbula para roer a unha, eles vão fazer uma pressão grande a nível da articulação temporomandibular, onde vão fazer pressão a nível de todo o complexo articular e nomeadamente até no menisco, que pode causar dores de coluna, enxaquecas e muito mais.

– Abrir garrafas ou embalagens com os dentes

Quem tem este tipo de comportamento pode ficar com os molares completamente fraturados a nível longitudinal e depois aparecem com dores horríveis porque o nervo fica exposto e a única coisa a fazer é tirar o dente. Não temos grandes hipóteses de o salvar. Alguns lascam, outros perdem-se mesmo. Os que lascam, ou que têm fraturas parciais, nós conseguimos salvar. Mas [estes procedimentos] acarretam grandes prejuízos para o dono do dente: tem de fazer uma desvitalização, restauração, uma coroa, isto tudo somado, supera os mil euros. O prejuízo é grande para o benefício de abrir as coisas com os dentes.

– Comidas com açúcar

O açúcar é, sem dúvida, o alimento que mais propicia a cárie. A cutícula dentária pode ser degradada pela ação das bactérias que deixa como que uma ’porta aberta’ para as bactérias que formam o ácido que vai dissolver o esmalte e consequentemente desenvolver a cárie.

Ou seja, vamos supor que uma pessoa está viciada em mastigar pastilhas elásticas com açúcar – não quer dizer que faça mal. Mas o que é que pode acontecer? Se mastigar uma, e a seguir outra e mais outra, a concentração do tempo do açúcar na boca é que propicia desenvolvimento das bactérias que vão acabar por criar a cárie.

É condenável que se mastiguem pastilhas elásticas com açúcar, ou gomas, tudo o que tenha açúcar, numa permanência mais que meia hora. Ou seja, se comer um bolo ou uma pastilha elástica ou qualquer coisa doce, não quer dizer que faça logo cárie. Não vamos meter aqui o ‘papão’ do açúcar e da cárie, o que nós temos de ver aqui é a permanência prolongada do açúcar no dente.

Especialmente nos jovens, os molares são muito vulneráveis porque nascem aos 6 anos e normalmente têm uns sulcos dentários muito profundos, aquelas ‘ranhuras’.

Se o açúcar colar aí, seja do chocolate, ou outra coisa, e se ficar ali aderido mais tempo de que o normal, vai criar um ambiente ácido em que se vão criar as bactérias que vão contaminar o esmalte e facilitar a cárie.

– Recomendação

Sempre que comemos doces, chocolates ou gomas, a seguir, temos de lavar os dentes. E lavar muito bem para desagregar o açúcar e para não criar o ambiente propício a cárie.

Ter uma dentição saudável é a melhor via para ter uma saúde mais equilibrada! Vamos cuidar e preservar os nossos dentes.

Dr. Olívio Dias

Médico dentista

Diretor das Clínicas Médicas Dr. Olívio Dias em Lisboa, Algés e Cascais



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