Um livro de José Manuel Roussado: “O confinamento visto de Paris”

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A pandemia que afeta o nosso mundo e nos fechou em casa também trouxe à superfície vocações escondidas. José Manuel Roussado descobriu a sua veia poética durante o primeiro confinamento entre março e abril de 2020 e, após meses passados a escrever versos, nasceu o livro “O confinamento visto de Paris”, uma quase autobiografia que acaba de ser publicada pela Oxalá Editora.

E quando o LusoJornal perguntou a este gerente bancário, cofundador da ARCOP em 1984 e antigo Conselheiro do CCP (Conselho das Comunidades Portuguesas), hoje com 66 anos, o que o levou a escrever estes poemas, responde que foi algo de “espontâneo” espoletado no dia 25 de abril de 2020.

“Estava eu em casa, como grande parte da população, quando vi, na televisão francesa, as janelas de Milão enfeitadas por bandeiras vermelhas enquanto o povo cantava a Bella Ciao. Os italianos festejavam assim em plena pandemia o seu dia nacional que é no dia 25 de Abril. Os italianos eram na altura, o povo europeu mais atingido pela pandemia. A primeira vítima portuguesa foi um antigo administrador da Caixa Geral de Depósitos, com quem eu tinha reunido uns trinta anos antes, e que regressava de Milão nessa altura. No mesmo dia, vi também em Portugal o nosso povo cantar à janela a Grândola Vila Morena”.

Este natural de Montelavar, que se deixou assim levar pela poesia popular das varandas e janelas portuguesas e italianas, e residente em Neuilly-sur-Seine, viveu o primeiro confinamento em França e, em janeiro/fevereiro deste ano, viu-se em Portugal durante o pior momento da pandemia. Esta dupla experiência permite-lhe comparar a maneira como cada um dos povos, o francês e o português, viveram estes momentos tão duros para as nossas sociedades.

“Em relação ao respeito pelas normas, os portugueses, no meu entender, foram mais obedientes do que os franceses. Tal atitude, no meio daquele inverno rigoroso, impediu que o desastre fosse ainda maior. Dou aqui um exemplo: um dia de manhã, fazia eu uma caminhada sem máscara, pois não era obrigatório o seu uso desde que se respeitasse a distância social, um automóvel com uma senhora a conduzir, e com a máscara, afrouxa para ralhar comigo e me incitar a pôr a máscara. Uns minutos depois, outro carro e o mesmo recado. Percebi aí que os portugueses eram mais rigorosos”.

E, agora, que este livro está à venda, quais são os próximos passos? “Realizei este trabalho para mim, a família e os meus amigos, mas, depois de insistirem para que publicasse o que tinha feito, agora insistem para que faça uma apresentação pública. Portanto, quando a situação sanitária melhorar, penso fazê-la”.

José Manuel Roussado sente que não pode ficar por aqui, por este livro de poesia. “Como se diz aqui em França, de fil en aiguille, de uma coisa para a outra, avancei com outras ideias e estou a terminar agora uma peça de teatro. Trata-se de uma comédia em quatro atos. Espero este novo trabalho também agrade aos meus amigos”.

 

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