Un livre par semaine: “Corpos cantantes”, de Maria Graciete Besse

O presente volume, cujo título completo é “Corpos cantantes – Estudos sobre a literatura portuguesa contemporânea” (Chiado Editora, 2016), reúne treze estudos de Maria Graciete Besse, publicados em revistas, livros de homenagens e atas de colóquios, consagrados a vários escritores que marcaram profundamente a literatura portuguesa contemporânea. “Alguns, afirma Maria Graciete Besse numa pequena nota de abertura, hoje quase esquecidos, merecem uma releitura atenta, como Alves Redol ou Maria Judite de Carvalho; outros, justamente celebrados, continuam a cintilar no nosso universo e, pela articulação da ética e da estética, ajudam-nos a melhor entender o mundo em que vivemos. Todos, de maneira inconfundível, constituem o fermento essencial de uma consciência da literatura que este volume pretende sublinhar”.

Citamos, por entre os ensaios deste volume, os textos intitulados “Alves Redol e a desconstrução do género em ‘O Muro Branco’”, “Miguel Torga e a paixão pelo exterior: uma poética da Relação”, “Há emenda para este país? Uma leitura de ‘Fantasia para dois coronéis e uma piscina’”, “Memória, empoderamento e ética na obra de Lídia Jorge”, “Memorial do Convento de José Saramago e o imaginário barroco”, “Reconfigurações do iberismo, entre paixão e utopia”, ou ainda os textos sobre Urbano Tavares Rodrigues, Maria Jutite de Carvalho, Jorge de Sena e Delfim Santos.

Maria Graciete Besse nasceu na Caparica e reside em França desde 1974. Licenciada em Filologia Românica pela Faculdade de Letras de Lisboa e doutorada com uma tese sobre a obra de Alves Redol (Universidade de Poitiers, 1985), foi responsável do Departamento de Português da Universidade de Paris IV-Sorbonne e coordenadora do Grupo de Estudos Lusófonos. Maria Graciete Besse é autora de uma importante obra de crítica literária. Em França, publicou em particular “Lídia Jorge et le sol du monde. Une écriture de l’éthique au féminin” (2015). Em poesia, conta entre os títulos mais recentes “A ilha ausente”, “Errância laminar” e “Na inclinação da luz”.