“Viral / Vital Energy”: Covid-19 inspira artistas Leonel Moura (Portugal) e Miguel Chevalier (França)

Os artistas Leonel Moura (Portugal) e Miguel Chevalier (França) e o compositor Jacopo Baboni Schilingi (italiano) propõem, no contexto atual da pandemia, uma instalação multimídia monumental intitulada “Viral / Vital Energy 2020”.

Amigos há muito tempo que partilham os mesmos processos criativos (usam as tecnologias digitais como ferramentas inovadoras na arte), criaram este hino à vida combinatório de arte e ciência, imagem e som, físico e virtual e igualmente distintas origens pois Leonel Moura é português, Miguel Chevalier francês e Jacopo Baboni Schilingi italiano.

O modelo da escultura, com a sua forma radiante, foi criado por um algoritmo que, uma vez dada uma esfera 3D, gera picos e buracos. O processo criativo é por isso essencialmente generativo e não controlado. A escultura é um insuflável de 15 metros de altura, colocado no centro de um espelho de água de 30 metros de diâmetro, refletindo e ampliando a instalação de dia e de noite. A escultura que às vezes esvazia ligeiramente e volta a insuflar é um símbolo da respiração que sustenta a vida.

Ao anoitecer, a escultura torna-se numa superfície para uma projeção de realidade virtual generativa e única, criada por Miguel Chevalier, vinculada ao Covid-19 e outros vírus. Para essa nova criação, o artista construiu gradualmente um banco de dados de imagens 2D e 3D, de diversas morfologias de células, vírus e bactérias. Algumas dessas imagens foram cedidas por Olivier Schwartz, Diretor do departamento de vírus e imunidade do Institut Pasteur, como parte do programa Organoid.

As imagens de micro-organismos alimentam um programa de computador do qual nasce uma “matéria viva digital” que se desenvolve ao cair da noite na superfície da escultura. Os micro-organismos nascem, desenvolvem-se, replicam e transformam-se, simulando um modelo de desenvolvimento natural antes de desaparecerem e reaparecerem em novas formas e combinações de cores. Essa vida artificial infinitesimal aumenta para uma escala extraordinária, mergulhando-nos num mundo imprevisto com energias hipnóticas.

A escultura é enriquecida por uma obra musical original criada pelo compositor Jacopo Baboni Schilingi. A música é gerada continuamente em tempo real por um algoritmo que traduz a respiração de Jacopo Baboni Schilingi numa harmonia e estruturas musicais. Um computador e um algoritmo dedicados monitoram constantemente os dados recebidos do dispositivo: a duração de cada respiração, a expansão e contração da caixa torácica, etc. Os dados são transmitidos e interpretados ao vivo a partir do dispositivo para criar uma simbiose entre a tecnologia e o processo mais fundamental e íntimo da vida de um ser humano: respirar.

“Viral / Vital Energy 2020” responde à necessidade fundamental de se recriar uma simbiose com o mundo do vivo, em particular com o invisível dos micro-organismos. Os vírus, que têm uma péssima reputação, “são também nossos amigos”, como explica o microbiologista Patrick Forterre já que tiveram um papel fundamental na nossa própria história evolutiva. No atual contexto de medo associado ao Coronavírus, é essencial compreender estes micro-organismos para entender melhor o futuro da humanidade e da biosfera.

“Viral / Vital Energy 2020” será apresentado no espaço urbano de várias cidades do mundo, em particular durante eventos excecionais, como Bienais, festivais de luz e de arte digital.

Através de recursos visuais impressionantes e som dinâmico, brilho e vivacidade de cores, esta instalação multimídia foi concebida como uma obra de arte para comemorar a vitória da vida.

 

Veja AQUI o vídeo de apresentação do projeto.

 

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