José Correia, Maire de Corbreuse, diz que a violência contra os autarcas é inaceitável

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José Correia nasceu na Covilhã, mais propriamente na aldeia de Vila do Carvalho, em 1967, mas veio para França com apenas um ano de idade. Os pais instalaram-se em Dourdan (91) e hoje é o Maire da cidade vizinha de Corbreuse, já no limite entre os departamentos de Essonne e dos Yvelines.

É uma localidade com cerca de 1.800 habitantes, com um agradável quadro de vida. Muitos dos habitantes deslocam-se para trabalhar em Chartres, em Rambouillet e até em Paris, mas também há emprego na região. Aliás, José Correia é também Vice-Presidente da Communauté de communes com o pelouro do desenvolvimento económico e conhece bem o tecido empresarial da região.

José Correia defende uma forte intervenção cívica dos Portugueses de França, assim como dos outros cidadãos europeus. “Eu ouvi os meus pais dizer que nós não somos daqui, que não temos nada a dizer. Diziam que nós devíamo-nos integrar” explica José Correia ao LusoJornal, entrevistado por David Gomes. “Não foi a opção que eu tomei e que muitos outros tomaram. A minha opção foi a de me investir, de participar, de estar presente nesta sociedade, neste país que escolhemos”.

Aliás José Correia prefere o termo “associar” ao termo “integrar”. “Eu não me considero integrado. Mais do que integrado, eu estou associado. Associado a este projeto comum. Prefiro o termo associado. Tal como numa empresa, enquanto associados nós temos a nossa palavra a dizer, podemos fazer propostas, e temos a sorte de viver num país onde nos podemos exprimir”.

O Maire de Corbreuse explica que defende a heterogeneidade social da cidade. “Temos casas bastante caras, que valem mais de 500 mil euros, mas também temos alojamentos sociais. Eu quero que haja uma mistura social” confessa ao LusoJornal.

Mas José Correia sente bem uma tensão na sociedade francesa, que por vezes se traduz em violência contra os autarcas. “É inadmissível” afirma. “Vivemos num país onde se pode votar. Eu penso que é importante votar, manifestar nas urnas – pouco importa por quem se vota – mas a violência nunca é tolerável”.

Tanto mais que José Correia está consciente que é difícil conciliar vida profissional, vida pessoal e implicação autárquica.

Profissionalmente trabalha há 33 anos na Caixa Geral de Depósitos e é gerente de uma agência. E quando assumiu as funções de Maire, teve de deixar de lado a paixão pela música – cantou num grupo coral durante cerca de 20 anos, chegou mesmo a cantar com 80 coristas, “andámos a fazer concertos em Nice, em Paris e até fomos cantar a Brooklyn, em Nova Iorque” sorri.

“Conciliar as três vidas é bastante complicado, mas conseguimos” afirma. “O trabalho em equipa é ideal, sozinhos vamos mais rápido, mas juntos vamos mais longe”.

O desafio para José Correia é o de criar um Centro médico pluridisciplinar em Corbreuse. “Temos aqui um dentista, um osteopata, uma enfermeira, mas temos muita dificuldade em ter médicos. O departamento propôs um apoio financeiro suplementar aos médicos que queiram estabelecer-se aqui e nós gostaríamos de abrir um Centro pluridisciplinar de saúde, como existem noutras localidades”.

José Correia foi entrevistado no LusoJornal no quadro de uma parceria com a Cívica, a associação dos autarcas franceses de origem francesa.

 

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