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Paris: Salões Mário Lopes Cabeleireiros reabriram com agenda cheia

Os cabeleireiros “Mário Lopes”, em Paris, reabriram na segunda-feira as portas, após 55 dias de confinamento, com a agenda cheia e todas as medidas de segurança necessárias para acolher novamente os clientes.

Uma sondagem encomendada pelo gigante francês L’Oreal mostrou em abril que 59% dos Franceses queriam voltar ao cabeleireiro nos primeiros dias do fim do confinamento e assim foi. Mesmo antes da data de 11 maio ter sido anunciada, já os cabeleireiros “Mário Lopes” tinham a agenda cheia. “Quando o salão esteve fechado, mandei um e-mail às clientes e disse às pessoas para não hesitarem em contactar-me para informações e para marcações. E temos o nosso plano do mês quase cheio só com essas marcações”, afirmou Élodie Lopes, gerente dos salões, à Lusa.

Tanto Élodie como o pai, Mário Lopes, são cabeleireiros de renome em França tendo já recebido a distinção de Melhores cabeleireiros do país. E, assim que o confinamento foi imposto, a lusodescendente mobilizou-se para pensar a reabertura dos seus salões – um junto aos Champs Elysées e outro no 16º bairro da capital.

“Comecei logo a antecipar e a pensar como podíamos organizar tudo. Desde onde é que as clientes iam deixar os casacos até ao processo de desinfeção das cadeiras. Primeiro fiz tudo sozinha e comecei a ver vídeos do que se passou na China”, contou Élodie Lopes.

Atualmente, quem chega ao cabeleireiro na rue du Colisée, junto aos Champs Elysées, encontra desde logo marcações no chão, que indicam o caminho a seguir até à cadeira onde a pessoa vai ser atendida. Os casacos são deixados no piso do rés-do-chão com plásticos e cabides descartáveis e os clientes têm de usar uma máscara – para quem não trouxe, o estabelecimento pode fornecer. Tudo, desde o pente até à própria cadeira, é desinfetado entre cada cliente.

Um ambiente que dá confiança a quem veio cortar o cabelo logo na segunda-feira. “Aqui são hiper organizados. Não sei se é assim em todo o lado, mas passou-se muito bem”, indicou Jean Guillaume, após o seu corte de cabelo. O jovem francês é cliente habitual e frequenta o salão desde que nasceu. Esteve confinado em regime de teletrabalho e vai continuar, mas o corte de cabelo e o regresso a uma vida mais normal era essencial. “Já era urgente [cortar o cabelo]. Não vinha há três meses e é o primeiro dia que a vida retoma alguma normalidade. É também uma maneira de encorajar as pessoas a continuarem o seu trabalho”, disse o francês.

Para manter esta confiança da parte dos clientes, foi preciso investir em máscaras, gel desinfetante e outros materiais. Para duas semanas a três semanas de trabalho nos salões e para equipar os 12 membros da sua equipa, Élodie Lopes gastou cerca de dois mil euros.

Custos e perdas devido à paragem de atividade que não vão ser recuperados. Até porque mesmo em desconfinamento, o salão junto aos Champs Elysées vai passar a atender metade dos clientes que atendia antes devido às regras de segurança.

“É impossível recuperar o que perdemos. O que não ganhámos, está perdido. Podemos tentar trabalhar mais, mas isto não é um ‘sprint’. É uma maratona. E se dermos tudo agora, vamos ficar muito cansados. É encontrarmos agora um equilíbrio para manter a concentração”, considerou.

Para manter o contacto com Portugal, Élodie e a família criaram um grupo de Whatsapp para “partilhar bons momentos”, mas a esperança de ir ao país nas férias é pouca. “Temos o hábito de ir sempre a Portugal no verão, mas acho que este ano vai ser impossível. Mesmo se fosse possível, não sei se os Portugueses de Portugal vão aceitar muito bem a ida dos emigrantes, com medo de mais contaminações”, concluiu a cabeleireira franco-portuguesa.

 

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