Lusa

Lula da Silva avisa em Paris que “vai dar muito trabalho” reconstruir o Brasil

[pro_ad_display_adzone id=”41077″]

 

Lula da Silva este esta semana em Paris e acusou num colóquio na Sciences Po dedicado ao futuro do Brasil o Governo de Jair Bolsonaro de colocar o país “de costas para o Mundo”, avisando que será difícil reconstruir o Brasil.

“Têm que saber que será muito trabalho para reconstruir esse país, muito mais do que nós tivemos a primeira vez”, disse o antigo Presidente do Brasil, perante uma audiência repleta na prestigiada escola parisiense, entre figuras políticas brasileiras e apoiantes franceses, assim como muitos estudantes de diferentes nacionalidades.

Em périplo europeu e 10 anos após ter recebido o doutoramento honoris causa na Sciences Po, tendo sido a primeira pessoa agraciada originaria da América Latina, Lula da Silva voltou a Paris para falar sobre o futuro do Brasil, pintando um cenário negro sobre a atual situação interna do país.

“O Governo desmonta politicas públicas bem sucedidas e persegue os cientistas, artistas, professores e lideranças sociais. Incentiva a destruição de florestas e a mineração ilegal. Este Governo colocou o Brasil de costas para o Mundo e quem mais sofre é o povo brasileiro”, afirmou.

O dirigente político disse mesmo que nunca viu a fome “tão espalhada no Brasil”, mencionando que há 19 milhões de pessoas com fome, mais de 100 milhões em situação de insegurança alimentar e 15 milhões de desempregados. Para o antigo Presidente, o atual Governo colocou o país numa situação em que nem o investimento estrangeiro é viável. “Ninguém investe porque ninguém acredita em mentiras. O dinheiro é covarde, o dinheiro só vai onde tem possibilidade de ganhar”, declarou.

Para Lula da Silva, a situação do país só vai mudar em 2022, com a escolha de um novo líder para o Brasil. “Uma nova inserção do Brasil no cenário mundial passa necessariamente pela reconstrução do país, num processo de eleições democráticas verdadeiramente livres, sem ‘fake news’, diferentemente do que aconteceu em 2018”, indicou.

Mesmo havendo dificuldades em reerguer o país e sem nunca se declarar como candidato, Lula da Silva defende que o Brasil faz falta na cena internacional. “O isolamento político e diplomático do Brasil é nocivo, não só para o nosso país, mas para a comunidade das nações. Ouso dizer que a nossa participação ativa nos fóruns mundiais faz muita falta”, concluiu.

O antigo líder recebeu na quarta-feira de manhã o prémio de “Coragem Política” que lhe foi atribuído pela revista francesa ‘Politique Internationale’, teve ainda um encontro com Emmanuel Macron.

 

[pro_ad_display_adzone id=”46664″]