“Habiter la ville, faire territoire: le cinéma brésilien (2009-2018)”, de Vítor Zan – uma janela aberta para o novíssimo cinema brasileiro

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Vítor Zan é professor de audiovisual na Universidade Federal do Matogrosso do Sul e publicou este mês, pela l’Harmattan, o livro “Habiter la ville, faire territoire: le cinéma brésilien (2009-2018)”. Esta obra é o resultado da sua tese de doutoramento em estudos cinematográficos realizado na Universidade da Sorbonne em Paris.

“Habiter la ville, faire territoire: le cinéma brésilien (2009-2018)” estuda uma década bastante rica do cinema brasileiro, analisando quinze dos mais inventivos documentários e ficções que foram produzidos no Brasil, nos quais as questões do território urbano aparecem como um elemento estruturante desta cinematografia nacional.

O cinema brasileiro conhece desde o começo do século XXI um período de forte expansão, embora ainda bastante minoritário quando comparado com o número de filmes estrangeiros, mormente estadunidenses, em circulação. Se em 2002 foram produzidas 29 longas-metragens brasileiras, esse número passou, segundo a Agência Nacional do Cinema, para 160. Além desse aumento quantitativo, Vítor Zan deixa claro que durante as últimas décadas teve lugar uma renovação do cinema brasileiro em algo que poderemos apelidar “cinema de autor brasileiro”. Trata-se então de um cinema de orçamento reduzido realizado por jovens realizadores como Gabriel Mascaro (“Um lugar ao sol”), Marcelo Pedroso (“Pacific”), Marcelo Lordello (“Vigias”) ou Adirley Queirós (“A cidade é uma só”) entre muitos outros. São filmes que se destacaram em festivais e que foram bem recebidos pela crítica, pois afastam-se da norma tradicional e inovam tanto estilisticamente como temática ou esteticamente, criando assim um “novíssimo” Cinema Brasileiro diversificado – se bem que ainda bastante minoritários, as mulheres e os afro-brasileiros surgem representados – e descentralizado dado estar menos concentrado no sudeste e nos Estados de São Paulo e Rio de Janeiro.

Vítor Zan aponta essa diversidade, mas procura nesta obra aquilo que une estes realizadores da nova geração. E, de facto, existe uma coesão entre estas obras díspares da mesma geração de cineastas. Vítor Zan deteta uma convergência entre a criação estética e o compromisso social. Este livro mostra igualmente o leque de abordagens cinematográficas que têm participado nesta consideração do território.

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